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Crise hídrica: qual o papel de cada um à resolução do problema?
Da Redação | 22 de dezembro de 2021 - 02:55
Por Valdo Marques
A falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios trouxeram de volta, após 91
anos, a pior crise hídrica ao Brasil, impactando diretamente no preço da conta
de luz ao consumidor. Esse contexto, somado à escassez de peças e insumos,
decorrente do desarranjo logístico mundial (em função da pandemia), é motivo de
preocupação ao ecossistema econômico, acendendo uma luz amarela para toda a
sociedade.
Desde setembro, o acréscimo no valor da energia elétrica tem sido utilizado
para bancar os custos com a maior utilização das usinas termoelétricas. Com
isso, a bandeira tarifária, uma sobretaxa que é acionada nas contas de luz
quando o custo da geração de energia sobe, aumentou de R$ 9,49
para R$ 14,20 para cada 100 kW/h consumidos. Ou seja, um acréscimo
de 49,63%.
Mas qual o papel de cada um na sociedade para a resolução do problema?
Primeiramente, é necessário entender que o equilíbrio do nosso sistema de
abastecimento de água está baseado em três pilares: o ciclo anual de chuvas,
que recarrega os reservatórios; o trabalho das companhias de saneamento básico
para captar, reservar, tratar e distribuir água; e o uso consciente por parte
da população, evitando o desperdício e revendo hábitos individuais e
coletivos do dia a dia.
Neste último caso, já é possível notar uma conscientização por parte da
sociedade, que hoje consome em média 12% a menos do que antes da crise hídrica,
ajudando a aliviar o uso dos nossos principais mananciais. Mas é importante
lembrar que estamos saindo de uma pandemia e entrando em um cenário de
recuperação econômica, o que significa mais consumo de água e energia nas mais
variadas atividades. Além disso, com a chegada do verão e o aumento
das temperaturas, a demanda deve subir ainda mais.
Contudo, quem são os vilões do consumo de água e energia? Aquecedor,
ar-condicionado e chuveiro estão entre os principais. No caso destes
equipamentos, a orientação é diminuir o tempo de uso, manter a função “modo
econômico” e controlar a temperatura (nem frio nem calor excessivos). Você
também pode evitar o desperdício de água verificando possíveis vazamentos em
descargas ou tubulações, fechando sempre bem as torneiras e tendo atenção com
banhos prolongados.
A geladeira também lidera o topo da lista. Assim sendo, a sugestão é evitar que
o equipamento seja aberto a toda hora e esperar que o alimento esfrie para
colocá-lo em refrigeração, já que, quente, o motor precisará de maior força
para regular a temperatura. Uma outra dica é impedir a sobrecarga da
tomada com vários aparelhos, manter as instalações elétricas revisadas,
adquirir equipamentos com selo de escala de consumo e desligar os produtos sem
uso do interruptor.
No campo, os produtores rurais têm procurado técnicas de agricultura irrigada
que garantam um desenvolvimento sustentável e mitiguem os problemas de
estiagem, como a irrigação por gotejamento. O sistema tem potencial de economia
de água e nutrientes, permitindo um uso eficiente e aumentando a produtividade
na agricultura.
A última novidade, principalmente no que se refere à irrigação, é o uso de
sistemas de geração de energia híbridos, com painéis fotovoltaicos interligados
a geradores a diesel. Instalados em conjunto, eles garantem o fornecimento de
energia em áreas afastadas e que muitas vezes não têm acesso à energia elétrica
convencional. Os sistemas híbridos são a forma de se obter energia a partir de
duas ou mais fontes.
Somente entendendo e atuando na origem do desperdício é possível tomar decisões
inteligentes sobre formas eficientes de reduzir o consumo e, consequentemente,
os custos. No final das contas, a melhor maneira de lidar com a crise
energética e utilizar os recursos de forma eficiente é por meio da
conscientização, do investimento em conhecimento, da divulgação dos benefícios
da aplicação das energias renováveis e da inovação tecnológica.
Valdo Marques é Vice-Presidente Executivo da Stemac, empresa que oferece
soluções em Grupos Geradores comercial, empresarial e industrial