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Como será o Natal da "volta ao normal" para os pequenos varejistas?

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Por Raphael Carvalho

Acredito que poucos vão questionar que o cinema é uma experiência mágica. De 1896 para cá, quando as famosas fitas dos irmãos Lumière - com o trem chegando à estação e trabalhadores saindo de uma fábrica - foram exibidas pela primeira vez, gerações experimentaram diversas emoções nessa caixa, que nos leva a sonhos de um futuro utópico, outras dimensões e à memórias de um passado não vivido.

E, há umas semanas, eu me senti confortável para levar meu filho, Joaquim, de quatro anos, para ver seu primeiro filme no cinema. ‘Pai, o que é um cinema?’. Eu preferi pedir para ele esperar, segurar o saco de pipoca quase do seu tamanho e fechar os olhos. ‘Segura a minha mão e vai andando’.

Foi incrível ver a reação dele. Ou, melhor, a não reação. Ele só olhava para a tela. E, eu, para ele. Ficava vendo as cores refletindo no seu rostinho e pensando "que barato poder viver isso".

Após esse momento que ainda estamos passando, de várias renúncias e novas experiências, foi muito bacana compartilhar com o Kim algo que vivi tantas vezes e que sempre me trouxe boas lembranças. Acho também, que foi uma forma de "recompensá-lo" um pouco depois de tantos "nãos" que o isolamento social nos impôs.

Agora, ouso fazer uma generalização: todos os pais querem mais do que nunca, devolver aos seus filhos esses meses roubados. Claro, que ainda vivemos esse período complicado da história, com as incertezas de uma nova variante, mas como pais, queremos expor nossos pequenos à experiências que entendemos serem boas para eles. Estamos ansiosos para devolver o convívio social, a casa cheia para a ceia de Natal e talvez a maioria de nós já se sinta confortável para isso, mas ainda acredito que vamos usar de compensações para nos desculpar por tudo que eles precisaram passar e por algo que estava, e ainda está, fora do nosso alcance.

Para se ter ideia, em 2020, apenas 121 shoppings, entre os mais de duzentos inseridos no levantamento realizado pela Spot Metrics, fizeram promoções específicas para o Natal, uma das datas mais importantes do comércio. Se olharmos para 2019, em um cenário sem pandemia, foram 171 promoções.

Agora em 2021, o setor demonstra otimismo com mais de 200 shoppings fazendo promoções de Natal, e cerca de metade dessas, devem durar até o fim do ano e o restante se estenderá até janeiro de 2022. Esse aumento de período visa incentivar o consumo e a participação das pessoas. Na espera de estimular um maior engajamento, alguns shoppings estão supervalorizando seus prêmios, com sorteios de apartamentos e veículos importados híbridos.

Tamanha expectativa por parte dos varejistas, me leva a crer que neste ano, teremos alguns exageros por parte dos pais angustiados. Não haveria tanto investimento se a chance de retorno não fosse real, mas sem dúvida, teremos uma tonelada de risadas acontecendo em todo o Brasil, dentro das casas, cercados daqueles que amamos.

Entre papéis de presentes rasgados, rabanada antes da ceia e crianças correndo, eu espero poder rever aquela reação do Joaquim que experimentei dentro do cinema.

*Raphael Carvalho é CEO da Spot Metrics, startup de tecnologia, inteligência de dados, CRM e produtos digitais para o varejo físico.

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