Debates
Enfim, a pandemia acabou?
Da Redação | 09 de dezembro de 2021 - 02:09
Por Verônica Suênia
Depois de quase dois anos de isolamento, distanciamento, uso
de máscara, e álcool em gel, eventos cancelados, sonhos adiados, medos, perdas
e tantas situações com as quais a pandemia nos fez aprender e enfrentar, muita
gente ficou animada acreditando que agora é hora de voltar ao normal, e que
esse Natal seria de grandes confraternizações.
De fato, a chegada da vacina é, sem dúvidas um dos motivos
que nos apontam para um retorno à normalidade, trouxe mais esperança e
confiança, embora existam algumas pessoas ainda resistentes à imunização.
Quantos de nós perdemos familiares, amigos, conhecidos,
quantas vítimas repentinas que nunca imaginariam que sua vida chegaria ao fim
por causa do coronavírus. Quantos filhos ficaram órfãos, quantos pais perderam
filhos no auge da juventude. São dores que não podem ser esquecidas ou
ignoradas.
E quantos passaram por maus bocados até superarem a doença?
Quantos relacionamentos abalados ou fortalecidos devido a intensidade da
convivência; crianças que precisaram aprender tudo em casa, inclusive estudar à
distância, brincar sozinhas e viver longe de realidades que eram tão comuns. Os
adultos que se superaram, conciliando muitas tarefas domésticas com as
responsabilidades profissionais, que deixaram de ser trabalhos externos. Não
foi fácil lidar com esse período tão longo e tão tenso, que ninguém imaginava
viver. Quantos hábitos novos descobrimos!
Nesse período, também podemos observar o quanto aumentou a
busca de espiritualidade, a fé foi despertada em muitos corações e se fez mais
presente e necessária. Muitas pessoas foram curadas depois de fortes
experiências de oração, vimos verdadeiros milagres.
E depois dessa fase mais rígida da pandemia, algumas coisas
já foram sendo retomadas, os passeios, a rotina escolar e de trabalho, sem
deixar de tomar cuidados e respeitando as regras sanitárias. Agora frente às
festas natalinas, às confraternizações e à expectativa do fim de ano, há quem
esteja mais receoso, optando por comemorações com mais prudência, como pequenos
encontros familiares, mas há outros mais ousados que querem festas maiores,
porque os números de contaminados e internações vem diminuindo.
Mas o que não se esperava era uma nova variante,
praticamente um mês antes do final do ano. Europa e África do Sul identificaram
os primeiros casos da doença com a cepa Ômicron, que já chegou no Brasil e em
mais de 45 países. E o mundo começa a recuar de novo! Em muitos lugares
obrigatoriedades foram retomadas, até em países como Portugal, com a população
quase toda vacinada.
Para quem achava que a pandemia já tinha acabado ou estava no fim, vale uma reflexão e mais atenção. As reuniões familiares, encontros de amigos, confraternizações de trabalho e festas maiores já estão sendo repensadas, e cada um vai avaliando o risco que compensa correr depois de um cenário tão duro como o que vivemos, e desse novo tempo que se espera e, com esperança, se aproxima!
*Verônica Suênia é missionária da comunidade Canção Nova e
jornalista.