Debates
Concessão das rodovias paranaenses
Da Redação | 21 de julho de 2021 - 01:45
Por Edilson Gorte
Na segunda metade do ano de 2020, até início do segundo
trimestre de 2021, muito se falou do final do atual contrato de Concessão das
Rodovias do Paraná, e da nova Proposta para essa concessão vinda do Governo Federal.
Nossa Assembleia Legislativa, através da Frente Parlamentar, percorreu o Estado
realizando audiências e conversando com a população e com os setores
produtivos, em busca do contrato ideal para essa nova concessão, fato muito
importante, pois os maiores problemas de uma concessão começam por contratos
mal feitos.
Mas, todos nós esquecemos de uma coisa tão ou mais
importante que o contrato: a morosidade para o percurso de um processo dessa
magnitude. Segundo o que está determinado em questão de prazos, e as etapas a
serem seguidos, estão listados no site www.gov.br/infraestrura sendo eles: Estudos
(já concluídos), Audiências Públicas (em andamento), Acordão do TCU (sem prazo
definido), Edital (previsão 4º trimestre de 2021), Leilão (previsão 1º trimestre
de 2022) e Contrato (previsão 2º trimestre de 2022).
Então, como vemos, haverá uma lacuna entre o término do
atual contrato de concessão com o novo contrato. Provavelmente se seguir o
cronograma estabelecido, teremos ai decorridos pelo menos de 9 (nove) meses.
Não podemos esquecer que esse novo contrato de Concessão necessita
passar pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e ainda nem foi encaminhado. E lá
ele será dissecado e analisado minuciosamente, o que levará um bom tempo, e
para auxiliar mais um pouco para a lentidão do trâmite, no ano de 2022 teremos
as eleições, e todos nós sabemos, o sistema político estará envolvido desde os
primeiros dias do ano.
Nessa lacuna de “9 (nove) meses” – ooobaaa - não teremos
mais pedágio, viajaremos de graça. Essa será a primeira reação das pessoas, se esquecendo
que junto ao sem o pedágio, não teremos atendimentos aos usuários, banheiros
limpos, cafezinho e água potável, lugar para descansar e repor as energias,
socorros de guinchos e principalmente não teremos atendimentos imediatos de ambulâncias
em caso de acidente, aonde minutos são fundamentais para salvar vidas.
Os contratos atuais das Concessões das Rodovias encerram
agora no dia 27 de novembro de 2021. As estradas neste final de ano estarão
cheias, pois com todos vacinados realizarmos nossas tão sonhadas viagens de
férias de verão, tão esperadas pelas nossas famílias, e nossa segurança nas
Estradas do Paraná, como estará?
Sem contar que em nossas rodovias, junto aos viajantes em
férias, estarão passando também milhares de caminhões que transportam as
riquezas de nosso país e os alimentos para todos os lugares.
Estou preocupado, muito preocupado com essa lacuna, pois são
meus familiares, meus amigos e até eu mesmo estarei na rodovia, e que num infortúnio
possa precisar desse atendimento de emergência. Pois em recente divulgação
jornalística, uma das concessionárias citou números impressionantes de
atendimentos a usuários nos 568 km administrados por ela. Números assustadores
referente a 2020: são 78.000 (setenta e oito mil) atendimentos mecânicos, 5.600
(cinco mil e seiscentas) pessoas atendidas em situação de acidentes, o que
significa que 1 (uma) pessoa é atendida a cada 2 (duas) horas. Isto somente em
25,85% das rodovias Pedagiadas, pois no Paraná são 2.197(dois mil, cento e
noventa e sete) Km.
Isso não te preocupa também? O que na realidade queremos não
é o fim dos pedágios, e sim uma cobrança justa pelos serviços prestados, pois
sabemos que o Poder Público não tem condições de manter as rodovias.
Edilson Gorte é agricultor