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Elizabeth precisa "ir bem" para o bem dos irmãos Oliveira

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Por Afonso Verner

Professora Elizabeth Schmidt (PSD) se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de prefeita de Ponta Grossa ao vencer a eleição de 2020 - além disso, foi a primeira candidata a 'virar' uma eleição do primeiro para o segundo turno na história da cidade. Mas há outro quesito fundamental na eleição de Elizabeth: o apoio providencial dos irmãos Oliveira, Marcelo Rangel (PSDB) e Sandro Alex (PSD). Ambos foram fiadores de peso do projeto de Elizabeth e para o bem dos dois, Elizabeth precisa "ir bem" no comando da Prefeitura. 

Ao contrário do que alguns pensam, Elizabeth não foi eleita prefeita "apenas" por ser vice de Rangel durante o segundo mandato do então prefeito - ela tem méritos próprios e que não são poucos. O primeiro pleito disputado pela professora foi no ano de 2000, quando ela concorreu ao cargo de vice-prefeita - dois anos depois ela disputou uma fala no Senado pelo PFL, hoje o Democratas (DEM). Desde então, Elizabeth foi secretária nas gestões de Pedro Wosgrau (2005-2012) e disputou o cargo de deputada federal em 2014 ainda pelo PSB.

Ou seja, Elizabeth tem uma carreira política extensa e é a mulher com mais projeção no cenário local, ao lado da rival no pleito de 2020, a deputada Mabel Canto (PSC). Mas não se pode desconsiderar o papel de Sandro Alex, deputado federal licenciado e hoje secretário do Governo de Ratinho Junior (PSD), e do irmão dele, Marcelo Rangel, na eleição de Elizabeth. Ambos foram fiadores da candidatura nos bastidores e cabos eleitorais da linha de frente da então candidata. 

Desta forma, se Elizabeth tiver uma gestão avaliada como ruim, isso prejudica os planos dos irmãos Oliveira. Logo após a eleição de Elizabeth, Rangel foi hábil e lançou a própria pré-candidatura para o cargo de senador, apostando em uma pauta municipalista e na necessidade de rejuvenescer a representação do Paraná no Senado Federal. Por sua vez, Sandro atua em uma das pastas mais importantes do governo de Ratinho Junior, a Secretaria de Infraestrutura e Logística, e tem o prestígio de três votações para a Câmara dos Deputados - ele também deve ter sonhos de alçar voos maiores.

Com isso, se a gestão de Elizabeth for avaliada de forma negativa pela população, isso prejudica os planos de Sandro e Marcelo. Em 2022, na eleição geral em que elegeremos governadores(as), deputados(as), senadores(as) e presidente(a), o desempenho de prefeitos(as) de grandes cidades deverá ser "avaliado" nas urnas. Em municípios em que a avaliação do prefeito(a) for positiva, candidatos(as) ligados à gestão terão vantagem. 

Se a eleição municipal de 2016 foi marcada pela crise econômica que assolava o país (ainda no rescaldo do impeachment de Dilma Rousseff), o pleito de 2020 teve como parâmetro o enfrentamento da pandemia e suas consequências do processo na economia. A minha aposta é que os pleito de 2022 tenham um misto dos dois fatores críticos das eleições municipais anteriores. Os grupos políticos serão avaliados por aquilo que fizeram (ou deixaram de fazer) para enfrentar a pandemia e amenizar a crise econômica em seus municípios, regiões e estados. 

Desta forma, o sucesso dos projetos dos irmãos Oliveira em 2022 depende, sobretudo, de uma boa avaliação do governo de Elizabeth pela população. Se a professora "escorregar" na gestão do município, ambos poderão ter que enfrentar problemas "jogando em casa",  ou seja, com o eleitorado ponta-grossense. Isso poderia dar fôlego a outros grupos que hoje têm menos espaço representativo - é sempre bom lembrar que na política não há vácuo, alguém sempre ocupa o espaço deixado por quem erra.

 Afonso Verner - Jornalista, professora universitário e doutorando da UFPR em Comunicação Política

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