Debates
Engenheiro Florestal como peça-chave no desenvolvimento do país
Mario Martins | 13 de julho de 2021 - 02:54
Por Ricardo Rocha
Além do agronegócio, que consolida cada vez mais sua
importância na economia do Brasil, com impacto direto na geração de emprego e
renda, o setor florestal do país também tem uma parcela significativa de
contribuição para o desenvolvimento de nosso país em várias áreas estratégicas.
Somos um dos maiores produtores mundiais de papel e celulose, responsável ainda
pela exportação de madeira reconstituída com uso de modernas tecnologias.
Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (IBA,2019), sob o
aspecto econômico, a indústria de base florestal alcançou saldo na balança
comercial de 2019 de US$ 10,3 bilhões, sendo o segundo melhor resultado dos últimos
10 anos. Somente as vendas para outros países representaram 4,3% das
exportações do Brasil.
E quando falamos do aspecto social, os dados são ainda mais
impactantes. O setor de árvores plantadas gera em torno de 3,75 milhões de
empregos diretos, indiretos e resultantes do efeito-renda. Vale destacar ainda,
neste cenário, projetos na ordem de R$ 35,5 bilhões, até 2023, que visam o
aumento dos plantios, ampliação de fábricas e novas unidades.
Além do papel, celulose e madeira, o setor madeireiro é
responsável por uma diversidade de produtos muito presentes no dia a dia do
brasileiro, como painéis de madeira, pisos laminados, biomassa, carvão vegetal,
móveis, além de produtos não madeireiros, como erva-mate, pinhão, mel, entre
outros. Por conta disso, a profissão do Engenheiro Florestal assume papel de
destaque para a sustentabilidade da produção e preservação do meio ambiente.
Com um campo de atuação profissional cada vez mais
diversificado, os profissionais têm expertise para atuar na proteção e conservação
de nascentes de rios; em soluções voltadas à crise hídrica; na produção de
alimentos; na preservação de espécies ameaçadas de extinção, no
reflorestamento, em análises de impacto e licenciamento ambiental, no
desenvolvimento de tecnologia de produtos florestais.
São profissionais indispensáveis, por aliarem a produção à
conservação de florestas e seus ecossistemas associados, assim como o cultivo e
manejo de árvores, sejam elas nativas ou plantadas, e que, além da beleza
cênica, são importantes componentes dos ecossistemas terrestres, com reflexos
na regulação do clima, produção de água, pesquisas, lazer e turismo, para a
manutenção de todas as formas de vida e economia.
Neste dia 12 de julho comemora-se o Dia do Engenheiro
Florestal, profissão que iniciou sua jornada no país na década de 60, com a
primeira Escola Superior de Florestas, na Universidade Federal de Viçosa (UFV),
em Viçosa (MG). Este foi um importante passo para o desenvolvimento das
Ciências Florestais no país, que já soma 76 cursos, sendo quatro deles no
Paraná, nas cidades de Curitiba, Dois Vizinhos, Irati e Jaguariaíva.
Atualmente já são mais de 1.800 Engenheiros Florestais
atuando em todo o Estado, com registro junto ao Crea-PR, e que atuam dentro de
empresas de base florestal, como consultores de meio ambiente e florestas, no
setor público, no terceiro setor, como empreendedores e pesquisadores
qualificados que disseminam conhecimentos científicos e tecnológicos para o
desenvolvimento do nosso país.
Neste contexto, não posso deixar de citar o papel da
Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais (SBEF) que, desde 1968, tem
atuado na defesa da classe e pela representatividade nacional, com a proposição
de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento, conservação e produção
de diversos produtos.
Vale destacar ainda a atuação de entidades de classe
regionais, como a Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (APEF),
Associação dos Engenheiros Florestais do Oeste e Sudoeste do Paraná (AEFOS),
Associação dos Engenheiros Florestais da Região Centro-Sul do Paraná (AEFLOR) e
Associação Sul-Paranaense de Engenheiros Florestais (ASPEF), entidades que têm
ampliado a representatividade de profissionais, inclusive no sistema
Confea/Crea.
O Crea-PR parabeniza todos os profissionais da engenharia florestal pelos importantes serviços prestados à sociedade e renova seu compromisso como autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização de empresas e profissionais das áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências e reforça seu papel fundamental na proteção do meio ambiente, saúde e qualidade de vida da população.
Ricardo Rocha é presidente do Crea-PR