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Alta da Selic: aumento da taxa gera novas opções de retorno com investimentos
Da Redação | 21 de maio de 2021 - 02:10
Por Dionatan Severo
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar
a taxa básica de juros, em março deste ano, marcou uma nova era da política
monetária. Na ocasião, em resposta à escalada dos riscos fiscais, do câmbio e
da inflação, o Banco Central aumentou em 0,75% a taxa Selic – o primeiro
aumento desde julho de 2015. Neste mês, o Copom realizou novo aumento de 0,75%
na Selic, que ficou em 3,50% ao ano. Esse movimento acontece porque a pressão
inflacionária dos últimos meses afetou os preços dos combustíveis, alimentos e
diversas commodities. Além disso, outros fatores como a dinâmica de preços do
câmbio, a evolução da pandemia e o risco fiscal também contribuíram com o
cenário.
Nos próximos meses, devemos observar novos aumentos, já que
a persistência dos altos patamares de preços surpreendeu o mercado e trouxe a
sua projeção de inflação para 5% em 2021, bem próxima de estourar a meta para o
período, que é de 5,25%. Todo esse movimento influencia diretamente uma série
de investimentos que tem rendimento atrelado à Selic, gerando novas
oportunidades de rentabilizar o seu dinheiro.
Baixo risco e liquidez
A renda fixa pós-fixada ao CDI (Certificado de Depósito
Interbancário), modalidade de investimento mais conservadora e com foco na
defesa de patrimônio, passa a ter maior rentabilidade. Já os investimentos
pré-fixados ao CDI, podem ser uma opção interessante em função da
previsibilidade em relação ao retorno, mas vale ficar atento à projeção da
Selic para o final do período de investimento na hora de considerar esta opção.
Já investidores que buscam baixo risco e um rendimento superior ao da poupança
encontram no RDC (Recibo de Depósito Cooperativo) uma ótima opção.
Em termos de risco, o aumento da Selic tem potencial de
elevar o custo do serviço da dívida de empresas – os juros pagos no empréstimo.
Este é um ponto de atenção para investimentos de renda fixa atrelados a Crédito
Privado. Por esse motivo, é de grande importância uma análise detalhada antes
de investir nessa modalidade. Modalidades mais conservadoras como a poupança
podem ser uma alternativa para formação de reserva de emergência e liquidez
imediata. A poupança pode não render muito atualmente, mas a rentabilidade é
certa a cada mês de aniversário e o investimento tem o benefício de não sofrer
cobrança de imposto de renda. Além disso, no Sicredi os associados contam com a
possibilidade de ter o benefício de um rendimento adicional a partir da
distribuição de resultados de sua cooperativa.
Atenção com a renda variável
Apesar da Selic não afetar diretamente os investimentos em
renda variável, seus reflexos na economia podem, por exemplo, afetar as
aplicações em ações. Ao aumentar a Selic algumas das consequências são o
encarecimento do crédito imobiliário e a diminuição do consumo. Neste cenário,
estes fatores impactam ações de empresas que atuam no mercado imobiliário ou de
consumo discricionário (lazer, vestuário, hotéis, restaurantes, entre outros).
Os efeitos, no entanto, são sentidos a médio prazo. Para investir em renda
variável é fundamental que seja realizado um monitoramento de cenário para
encontrar as melhores oportunidades e identificar riscos que impactem o setor
ou a empresa listada pretendida. Se você não é habituado a acompanhar esses
movimentos, é importante contar com o auxílio de um especialista que acompanhe
constantemente o mercado.
Em qualquer aplicação é crucial que a opção seja adequada ao
perfil do investidor. Antes de decidir investir em produtos atrelados ao CDI,
abrir mão da liquidez ou aplicar em ações, fundos multimercado ou qualquer
outra modalidade, é preciso fazer alguns questionamentos. Pontos como
tolerância ao risco, urgência do dinheiro e entendimento do produto devem ser
levados em consideração. A partir das respostas busque entender qual é, de
fato, o seu perfil de investidor.
Independentemente de ter muitos ou poucos recursos para
aplicar, a diversificação de portfólio deve ser levada em consideração. Essa
flexibilidade permite obter rentabilidade em diferentes cenários e mitigar os
riscos de concentrar recursos em um único tipo de investimento. Nesse sentido,
o Sicredi conta um portfólio com diversas opções de que atendem todos os perfis
de investidores e cria soluções para que a composição de carteira seja mais
fácil para quem investe. Recentemente, por exemplo, lançamos três novos fundos
de investimento que se adequam diretamente ao perfil, deixando a diversificação
da carteira à cargo da equipe gestora do fundo. São produtos acessíveis, nos
quais é possível realizar aplicações a partir de RS 1,00 e, em breve, estarão
disponíveis para todos os associados do Sicredi.
Por fim, antes de investir, considere produtos de
instituições com solidez financeira e que sejam bem avaliadas nas principais
agências de classificação de risco do mercado e ofereçam um atendimento próximo
com equipes à disposição para auxiliar a lidar com as aplicações de forma
simples e responsável. Investimentos feitos em cooperativas de crédito
fortalecem as economias locais e contribuem com o desenvolvimento das regiões
em que estão presentes. O cooperativismo tem se consolidado cada vez mais como
uma alternativa para investimentos e também como um modelo sustentável que gera
valor para os associados, colaboradores e comunidade.
Dionatan Severo é
gerente de Produtos de Investimento e Previdência do Sicredi.