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O transformador desafio da crise

Imagem ilustrativa da imagem O transformador desafio da crise

Por Mário Sérgio de Melo

É consenso que estamos em crise. Ambiental, econômica, sanitária, política, social. Estão também em crise as religiões, os valores éticos e morais. Tememos o futuro, estamos desesperançados, fazemos guerra por motivos econômicos, religiosos, étnicos, políticos e por não suportar a paz. A civilização está em crise! Não é pessimismo, é a realidade. Que faz pensar na oportunidade de encontrar novos caminhos, mais adequados para o atual estágio de evolução da humanidade, superpopulosa e com tanta tecnologia e conhecimento.

Transformar a crise atual em um passo à frente não vai ser tarefa fácil. Vai ser um árduo desafio, ele vai colocar à prova a capacidade de evoluirmos. A pandemia de Covid-19 está agudizando questões essenciais: economia ou meio ambiente, saúde e vida; educação e trabalho presencial ou virtual; estatização ou privatização? Por trás destas questões mais evidentes, outras mais nebulosas: acreditamos ou não na ciência; somos naturalmente ambiciosos e egoístas ou cooperativos e solidários; somos seres sociais, no sentido mais amplo da palavra, ou somos egocêntricos, agressivos, enfim, tirânicos e fascistas?

O sistema econômico injusto, elitista e promotor da exclusão, o meio ambiente explorado à exaustão, comprometendo a capacidade de sustentar a vida, as guerras infindáveis, as recorrentes pandemias, os sucessivos golpes obscurantistas que reinstalam governos tirânicos e fascistas, tudo é resultado da natureza humana, que se manifesta na civilização que vivemos. Não é algo peculiar de um povo ou país, é global. Só para citar alguns exemplos recentes, Itália, Rússia, Alemanha, Espanha, Portugal, Israel-Palestina, Chile, Camboja, Ruanda, EUA, Brasil... A lista é enorme, independente da situação econômica e cultural dos países. A origem dos problemas é o ser humano, as crises só o refletem.

O desafio somos nós, os seres humanos. Temos como superar a agressividade, o egoísmo, expressões instintivas de nosso cérebro reptiliano, e evoluir para algo mais civilizado? Por certo que temos! O cérebro límbico (dos mamíferos) e o neocórtex (dos humanos) já nos capacitaram o afeto para cuidar da prole e a racionalidade para nos comunicarmos, calcularmos, planejarmos.

Muitos já afirmam que a hipófise, a glândula relativamente pequena situada na base do cérebro, constitui o correlato encefálico da criatividade, liberdade, compaixão, intuição, clarividência, espiritualidade, altruísmo. Parece então que, se a evolução do réptil para o mamífero dependeu do crescimento do cérebro límbico, a evolução do mamífero para o humano atual dependeu do crescimento do neocórtex, então a evolução do humano atual para o humano evoluído dependeria do avanço da atividade e das manifestações da hipófise.

Tudo indica que o progresso da manifestação da hipófise e o surgimento do novo humano é questão de tempo, uma regra evolutiva. Resta saber se nossos recalcitrantes instintos reptilianos não vão truncar bruscamente a evolução natural.

Mário Sérgio de Melo é Geólogo, professor aposentado do Departamento de Geociências da UEPG.

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