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Retorno às aulas presenciais, e agora?
Da Redação | 13 de fevereiro de 2021 - 01:02
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Além de todas as incertezas, mudanças, insegurança e medo
que o momento atual gerou em grande parte da população mundial, os pais de
alunos com idade escolar enfrentam outro dilema nesse início de ano – aula
presencial: sim ou não? Decisão difícil a ser tomada imbuída de presenciar o
cansaço dos pequenos em estarem em casa e a longa espera para voltarem à
escola.
Da mesma forma encontram-se as escolas que novamente se
adaptam aos impactos que a sociedade impõe. Marcar os espaços para distância
segura recomendada pelo órgão de saúde, calcular quantos alunos podem
permanecer em sala de aula, organizar o rodízio de presença na escola, aferir
temperatura, clamar pelo uso de álcool em gel e lavagem constante das mãos,
vigiar para que não haja contato físico entre as crianças, estes entre tantos
outros cuidados passaram a fazer parte da nova rotina.
As escolas neste início de ano tiveram que dar espaço, em
suas semanas pedagógicas, para a discussão acerca da prevenção à saúde de toda
a comunidade escolar. Além de planejarem as atividades anuais, semestrais,
semanais e diárias minuciosamente, pois todo planejamento teve que ter
previsões para o que ocorre presencialmente na escola e presencialmente nos
lares dos alunos. O ensino híbrido, discutido a tanto tempo nos ambientes de
educação, passou a ser realidade em todas as escolas e famílias, gerando ainda
mais a certeza de que o aprender se faz em todos os espaços.
Não há dúvidas de que o espaço escolar não é apenas o local
para formalizar o conhecimento, é também o local em que se aprende com a
interação com as outras crianças e toda a equipe de educadores, mas será que as
crianças saberão se portar diante do novo “normal”? Para que possam frequentar
a escola presencialmente precisam saber que além de cuidar do lápis e borracha
novos, precisam cuidar das máscaras. Sim, agora temos um outro artigo que
faz parte do vestuário diário obrigatório, mas este, diferentemente dos demais,
requer muita atenção e cuidado. Logo, as famílias e escola agora também ensinam
como colocar e tirar a máscara, onde armazenar a que já foi usada e onde
encontram-se as limpas.
Enquanto isso os professores se desdobram em cuidados e
preocupações. Cuidado com a saúde e aprendizagem dos seus alunos, porém diante
de duas realidades: os que estão presencialmente em sala de aula e os que
acompanham tudo por meio digital de suas casas. Cabe, então nos perguntar, como
está a saúde física e emocional do professor? Quem tem olhado por ele?
Indagações para as quais não temos respostas, mas nos cabe a reflexão acerca da
sobrecarga emocional e psicológica dos profissionais de educação com a certeza
de que merecem todo respeito e apoio ao seu fazer pedagógico.
A única certeza que temos é de que, por enquanto, a escola
do abraço dos amigos e dos professores, da troca de lanche na hora do recreio,
das brincadeiras em que os corpos ficam próximos, da apresentação no auditório
com todos os alunos presentes, entre tantos outros momentos afetivos que ela
nos promove, ficarão na memória e permanecem na esperança de que isso tudo
possa fazer parte novamente do cotidiano escolar.
Viviane Schueda Stacheski é professora do curso de
Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.