Debates
Pedágio, outorga e modelo híbrido. Sociedade busca compreensão
Da Redação | 05 de fevereiro de 2021 - 05:10
A nova concessão do pedágio é um assunto de interesse de
toda a sociedade e a participação popular é mais do que obrigatória. Ontem (4),
o primeiro encontro ocorreu na Assembleia Legislativa e contou com a presença
de boa parte dos 54 deputados estaduais e integrantes do Ministério da
Infraestrutura. Novas audiências acontecerão neste mês.
A nova modelagem prevê um investimento de R$ 42 bilhões nos
30 anos de concessão. Serão implementadas 42 duas praças de pedágio divididas
em seis lotes, em uma extensão de mais de 3,3 mil quilômetros de rodovias
pedagiadas. A Taxa Interna de Retorno (TIR) regulatória adotada é de 8,47%. A
TIR é um método utilizado para análise de viabilidade de projetos de
investimento.
Entre as premissas propostas pelo Governo Federal estão a
redução significativa da tarifa; investimentos maciços nas rodovias;
transparência na discussão do processo, com realização de audiências públicas;
obras de melhorias, com duplicações que garanta a segurança das vias. O que não
pode ocorrer é a repetição os mesmos problemas do pedágio implementado há 24
anos, composto por tarifas altas com reajustes sistemáticos e sem o cumprimento
do cronograma de obras e investimentos.
O Executivo Federal propõe um modelo de leilão híbrido, com
critério de menor tarifa (percentual limitado), seguido de maior outorga; prevê
a possibilidade de mitigação do risco cambial através de recursos vinculados;
estabelece diretrizes para maior previsibilidade entre credores,
concessionárias e poder concedente, assim como alinhamento entre os entes e dá
ênfase para as revisões quinquenais com utilização de recursos vinculados à
concessão para eventuais inclusões de obras, serviços ou reequilíbrios. Os
técnicos também colocaram entre inovações do novo modelo a criação de
mecanismos de incentivo para expansão de capacidade, com tarifas diferenciadas
para pistas simples e dupla; descontos progressivos de tarifa de acordo com a
frequência para veículos leves, entre outros.
O projeto de concessão é composto pelo chamado modelo
híbrido, com menor tarifa de pedágio, seguido de maior valor de outorga. O
governo esclarece que a outorga não é para fins arrecadatórios, mas funcionará
apenas como um critério de desempate. Essa nova modelagem é completamente
diferente do que está em vigor e é motivo de reclamação há mais de 20 anos.