Debates
Valor Bruto da Produção (VBP) cresce 147% em uma década
Da Redação | 20 de janeiro de 2021 - 01:48
Por Eliane Kay
A melhor notícia do agronegócio brasileiro neste início de
ano refere-se ao seu desempenho consolidado em 2020, quando o país e o mundo
enfrentaram a pior pandemia de sua história. O agro não parou. Pelo contrário,
acelerou e colocou mais alimentos na mesa da população. Nunca, o Brasil
produziu tanto.
O Valor Bruto da Produção (VBP) de 2020 foi o maior da
história: R$ 885,8 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA). Não bastasse ser maior do que o resultado do ano
anterior, cresceu absurdos 15,1%, contra um desempenho também muito bom. Os
preços melhoraram e as exportações explodiram, superando US$ 100 bilhões,
informa o MAPA.
A outra leitura dessas informações aponta para a competência
do agronegócio brasileiro, setor puxado pelos 5 milhões de agricultores e
produtores de animais, milhares de indústrias de insumos e processamento,
empresas de serviços, distribuição, logística e outras áreas, além dos mais de
18 milhões de trabalhadores.
A análise histórica do VBP também comprova a consistência do
crescimento do setor produtivo do Brasil. Entre 2011 e 2020, o Valor Bruto da
Produção aumentou 147%, com crescimento médio anual de 14,7%. O VBP saltou de
R$ 358,6 bilhões para R$ 885,8 bilhões.
Na última década, a agricultura representou cerca de 66,5%
do VBP, saindo de R$ 239,63 bilhões (2011) para R$ 589,1 bilhões: crescimento
de 146%. E a produção animal, que valia R$ 139,02 bilhões, em 2020
atingiu R$ 296,7 bilhões: aumento de 113,4%.
A indústria de defensivos agrícolas sente-se orgulhosa por
esses números. Afinal, está na base da produção agrícola. Os produtos
fitossanitários são essenciais para o aumento da produtividade da agricultura
que, aliás, também cresceu 24% na última década, saltando de 3.148 kg/ha para
3.912 kg/ha. Importante ainda destacar que a safra de grãos avançou 72,7% nos
últimos dez anos, passando de 149,3 milhões de toneladas para 257,8 milhões de
toneladas.
Importante informar que a falta de defensivos poderia
representar queda de até 40% da produção agrícola. Assim, é indiscutível a
contribuição da indústria de insumos para atingir os níveis atuais de produção
e de produtividade.
Aliás, nunca é demais ressaltar, o Brasil é abençoado por
ter até três safras anuais de várias culturas, mas o clima tropical (quente e
úmido) é perfeito para a implacável ação de pragas, doenças e fungos, cada vez
mais prevalentes e resistentes.
Outra boa notícia é que as expectativas do agronegócio continuam positivas para 2021. O MAPA informa que, pela primeira vez, o VBP passará de R$ 1 trilhão. O campo pode contar com a indústria de produtos para defesa vegetal para o desenvolvimento de novas e modernas soluções para controlar e proteger os cultivos contra os implacáveis inimigos invisíveis.
Eliane Kay é diretora executiva do Sindicato Nacional das
Indústrias de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg)