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A Deus 2020! Um ano perdido ou um novo tempo?
Da Redação | 30 de dezembro de 2020 - 01:00
Por José Expedito
Do tradicional “Feliz Ano Novo!” até o “Grito de Carnaval”,
tudo parecia normal, no “país tropical, abençoado por Deus e bonito por
natureza...” Mas um silêncio de profunda incerteza e insegurança tomou conta do
ano em que o mundo parou.
Ficamos aflitos quando, no dia 11 de março de 2020, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia de Covid-19, doença
causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), até então sem cura e sem vacina.
A partir da constatação dessa dura realidade, tivemos que
nos adaptar aos novos hábitos cotidianos. Surgiram acessórios de proteção e uso
obrigatório como máscara e álcool em gel, além de mais rigor e frequência na
higienização das mãos.
As Igrejas e escolas, os cinemas e estádios de futebol foram
fechados, e depois, reabertos com limitação de público, para evitar a
aglomeração de pessoas e mais contaminações. Estabeleceu-se o “novo normal”.
Começaram a fazer parte do nosso vocabulário expressões como
“distanciamento social” e “isolamento social”, além do imperativo: “fique em
casa”, que nos remete à empatia e resiliência. Empatia significa capacidade de
sentir o que a outra pessoa sente e se colocar no lugar dela; resiliência vem
do latim: Resilire, que significa “voltar atrás”, capacidade de fazer uma
revisão de vida e lidar com os próprios problemas, para sobreviver e superar
momentos difíceis.
O trabalho em casa (home office), que já era uma tendência
por conta das novas tecnologias de automação de escritórios, tornou-se uma
solução segura para muitas profissões e, em muitos casos, até garantia do
emprego.
Na tentativa de evitar a transmissão do vírus,
principalmente para pessoas idosas ou com doenças crônicas – “grupo de risco”
–, até as tradicionais reuniões familiares sofreram restrições. E a convivência
passou a ser por meio das chamadas de vídeo, salas de bate-papo e das lives nas
redes sociais e aplicativos. “Santa Invenção!”
Com um olhar minimamente otimista, podemos perceber as
conquistas desse novo tempo: Adotamos novos hábitos comportamentais, de higiene
e prevenção, para conter esse e outros surtos causados por vírus. Inclusive,
estudos em diversos países mostram que as medidas tomadas contra a covid-19
tornaram outras doenças respiratórias virais menos frequentes e menos letais.
Há mais colaboração entre pessoas, equipes e instituições, visando à superação
da gravíssima crise sanitária e socioeconômica mundial.
A comunidade científica está compartilhando suas melhores
ferramentas a serviço da investigação sobre as alterações genéticas desse
vírus, desde que a China relatou a existência do novo coronavírus à OMS, no
final de dezembro de 2019. Foram desenvolvidas técnicas e testes para o
diagnóstico da doença e iniciada a corrida por uma vacina, visando à imunidade
coletiva. Pesquisadores têm se dedicado incansavelmente na busca por um
tratamento eficaz, com foco no combate ao vírus e no fortalecimento do sistema imunológico.
A sociedade começou a entender que a solução vem da ciência e passou a ter interesse por pesquisas, com a colaboração de cientistas, que também têm se esforçado para se comunicar melhor.
Uma coisa é absolutamente certa: quando essa pandemia passar
– com a vacina ou com a cura –, nos sentiremos bem-aventurados, agradecidos por
esse aprendizado, um legado que nos tornou melhores, mais humanos, mais
solidários e fraternos, para vivermos um novo tempo.
E, mesmo que haja prorrogação, podemos entregar “A Deus
2020” e desejar um Feliz Ano Novo!
José Expedito da Silva é jornalista e apresentador do Jornal Café da Manhã,
pela Rádio Canção Nova.