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Imagem ilustrativa da imagem Altos e baixos

Por Marcos Pileggi

Em outubro do ano pandêmico de 2020, fiquei muito satisfeito: temas da disciplina Microbiologia, que ministro na UEPG, foram laureados com o Prêmio Nobel. Estudos com o vírus da Hepatite C, realizados deste os anos 70, permitiram a Harvey Alter, Michael Houghton e Charles Rice levantarem o caneco, ou a medalha, em Fisiologia e Medicina.

Em Química, quem levou foi Emmauelle Charpentier e Jennifer Doudna, sobre o sistema de edição gênica que bactérias utilizam para destruir material genético de vírus invasores, guardando pedaços em seu próprio genoma, como uma memória de como é seu inimigo. É o CRISPR-CAS9, que tem este nome “cool” poque são siglas que descrevem estas moléculas (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats; e CRISPR associated protein 9). Fiquei chateado pois nenhum deles é brasileiro (3 americanos, um britânico e uma francesa).

Quando a gente começar a entender que Ciência é colaborativa, feita com muito estudo e trabalho pesado, que exige humildade na admissão de erros e resiliência para voltar à estaca zero e tentar acertar, aí quem sabe. Bons cientistas deveriam ser reconhecidos mais por ajudar pessoas, do que por ganhar prêmios.

Procurando por vídeos sobre esses trabalhos, encontrei, por acaso, o laureado com o Nobel de Química de 2013, Michael Levitt, cujas análises mais recentes, com seus modelos estatísticos, mostram que os lockdowns são equivocados e provavelmente matam mais gente do que salvam. Ele critica esta onda de Ciência ruim e cientistas arrogantes. Fico feliz por concordar com ele. Seus artigos são complexos, não sei se o seu influencer predileto vai poder ajudar.

Mas fico triste por ver que o mundo vai entrar em lockdown novamente, sem pensar nos fartos dados que mostram o desastre desta estratégia. Preguiça de pensar em alternativas, conveniência para agradar as massas, covardia de enfrentar uma situação difícil. Não entendem que segunda e terceira ondas são consequências de represamento de pessoas. É uma questão matemática. Analisem o que está acontecendo no Brasil. Por que o 7 de setembro e o 12 de outubro não deram saltos ornamentais de mortes e casos de COVID-19? E por que isso não está sendo discutido?

São boas notícias, não? Triste por não aprenderem e admitirem que erraram. Mas feliz por ver que tem gente questionando as vacinas, difíceis de obter pelas características do coronavírus, e mesmo que sejam obtidas, terão prazo de validade limitado, devido a recombinação e mutação destes vírus. As pessoas têm o direito de saber isso e questionar. Triste por não abrirem este tipo de discussão, jogando as fichas numa eficiência relativamente baixa, custos altíssimos e liberação da vacinação provavelmente quando a população estiver com uma imunidade mais alta. Eu diria que é um negócio da China, mas têm mais países na jogada. Apesar disso, fico feliz pelos altos e baixos dessa vida, que me inspiram a escrever e brigar pela formação de cientistas humildes, estudiosos colaborativos, e questionadores.  

Marcos Pileggi é professor da UEPG

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