Debates
Como será nossa vida depois da pandemia?
Da Redação | 02 de julho de 2020 - 02:53
Por Sergio Aronis
A crise mundial provocada pelo coronavírus terá um impacto
prolongado sobre o comportamento das pessoas. Não é exagero dizer que este é um
momento que está gerando mudanças permanentes na forma como nos relacionamos,
consumimos, trabalhamos e fazemos negócios. Mas esta não é a primeira crise que
vivemos, nem a última. Especialmente no Brasil.
Olhando para os últimos 20 anos, passamos por várias crises
econômicas (crash da Nasdaq e 11 de Setembro em 2001, crise do subprime em
2008, recessão no Brasil em 2015/2016) e passamos a usar tecnologias que nem
sonhávamos. Para ficar em apenas um exemplo, o iPhone existe há pouco mais de
10 anos apenas, e é difícil imaginar um mundo sem smartphones .
Por isso, não deveríamos nos perguntar se vamos sair da
crise atual, porque vamos. A questão é: o que muda agora?
O mundo pós-pandemia vai ser um mundo de agendamentos. No
mínimo até encontrarmos uma vacina, e provavelmente até mesmo depois disso, a
vida humana será uma vida agendada, programada. Isso já está acontecendo: na
Itália, por exemplo, as pessoas estão precisando agendar a ida à academia, aos
salões de beleza e até mesmo à praia, para evitar aglomerações.
Para o brasileiro, que não tem o costume de, por exemplo,
fazer reservas em restaurantes, esta será uma mudança cultural grande, mas
inevitável.
O mercado começou a sentir os efeitos da crise em abril. Por
exemplo, o meio que atuo, as clínicas odontológicas tiveram de fechar as
portas. No comércio, os negócios começaram a se digitalizar e vários outros
setores tiveram que repensar suas ações. A pandemia serviu para provar o quanto
a tecnologia vai se fazer ainda mais presentes nos dias de hoje e reforçar
algumas inovações.
Esta crise pode mudar a forma de fazer negócios em um outro
aspecto: sermos mais colaborativos. Quando todos precisam se ajudar para
ultrapassar um momento difícil, isso cria vínculos sólidos e relacionamentos
mais relevantes.
Durante a pandemia, todos estão precisando acelerar sua
digitalização. Embora o setor odontológico, por exemplo, seja digital "da
porta para dentro", com sistemas de gestão, a maioria das clínicas não
tinha ainda pensado em como se expor digitalmente: 65% de nossos clientes não
tinham um website, por exemplo. Agora ficou claro que uma presença digital mais
forte será importante para alcançar novos clientes.
Os recursos encontrados para passar melhor por este momento
de coronavírus não serão deixados de lado depois da crise. As conveniências de
hoje não serão passageiras, elas permanecerão quando tudo isso passar. A digitalização
é um caminho sem volta. Cabe a todos nós entender como podemos aproveitar essas
oportunidades para gerar mais parcerias e estreitar o relacionamento com o
cliente e com todos os nossos parceiros de negócios.
*Sergio Aronis é CEO e fundador da Dentalis, empresa de
softwares para clínicas odontológicas líder do mercado brasileiro.