Mergulho no inconsciente

Por Marlise Beatriz Carneiro Ribas Martins

Sigmund Schomo Freud, fundador da teoria psicanalítica, era alguém além de seu tempo, pois mesmo com toda a precariedade da medicina praticada em sua época falou sobre inconsciente, algo que está sendo comprovado cientificamente 100 anos após sua morte. Ele nasceu em 06/05/1856, um visionário/gênio que nos auxilia até os dias atuais a entender e pesquisar a psique humana. Teve uma vida dedicada a compreender as motivações humanas, e o desenvolvimento do homem e de sua personalidade.

Hoje comemoramos o Dia do Psicanalista, aquele que desvenda e mergulha na psique inconsciente. Você já deve ter se envolvido em uma situação de conflito interno, quando se pergunta: qual decisão tomar diante de um fato? Parece que existem três pessoas que estão divergindo entre si, uma delas fala sobre o princípio do prazer, lembrando os desenhos infantis (seria o diabinho conversando com você), a preocupação dele é somente com o gozo. A outra vertente seria o anjinho, que é super responsável e busca analisar tudo de forma racional e ética de acordo com conceitos morais. A terceira pessoa fica entre ambas e tem que tomar a decisão diante do fato. Pois bem: está explicação simples de situações corriqueiras é uma das teorias abordadas pelo pai da psicanálise Sigmund Freud. Ele definiu estas três pessoas como ID, superego e ego.

As diversas teorias de Freud são a base da escola psicanalítica que aborda o inconsciente, como um sistema psíquico independente da consciência. Uma metáfora é comumente utilizada para explicá-lo, lembrando um iceberg. A parte emersa do Iceberg, aquela facilmente vista, representa apenas um pedaço de sua verdadeira dimensão, simboliza assim o nosso consciente. Já a parte que fica submersa escondida sob as águas seria o inconsciente. No inconsciente encontramos um conjunto de processos psíquicos misteriosos para nós mesmos, onde podem ser explicados desejos ou memórias reprimidas bem como emoções que foram banidas do nosso consciente, por serem dolorosas e de difícil controle, os traumas, praticamente inacessíveis para o racional.

A escuta da queixa das psicopatologias faz parte da clínica psicanalítica, assim como associação livre e interpretação de sonhos. Quando existe algo muito doloroso nosso consciente reprime, nossa mente busca uma autopreservação, entender o que acontece em nosso inconsciente permite que seja tratada a raiz do problema os traumas. Este mundo secreto, pode ser alcançado através da psicanálise e do estudo de si mesmo.

A Psicanálise preocupa-se em entender como a psique da mente humana funciona, partindo do princípio que muitas de nossas atitudes vem do inconsciente. Sendo assim, o nosso consciente deixa-se absorver pelos fatores pré-determinados do inconsciente fatores esses que personificam gatilhos de situações traumáticas, fazendo com que o Ser pratique a auto sabotagem perante sua vida sem ao menos perceber o processo.

‘Muito mais coisas devem acontecer em sua mente, do que aquelas que chegam à sua consciência. Vamos, deixe que lhe ensinem algo sobre esse problema! [...] Volte seus olhos para dentro, contemple suas próprias profundezas, aprenda primeiro a conhecer-se! Então, compreenderá porque está destinado a ficar doente e, talvez, evite adoecer no futuro’, explica Sigmund Freud.

A importância do autoconhecer vai além de uma mera curiosidade, ela te reserva uma visão diferenciada perante si e sua compreensão do todo. Torna –te consciente de como você é responsável por suas atitudes e por sua Felicidade. Conhecer sua psique na maioria das vezes é um processo trabalhoso e dolorido, porém é libertador e magnifico saber que é Dono de Si.

Este é o mundo fascinante da psicanalise que te convida a mergulhar nas profundezas de seu Ser, ensinando a lidar com suas emoções, fornecendo a oportunidade de se reinventar, promovendo uma boa saúde mental. Sendo assim você se torna o real protagonista de sua vida.

Marlise Beatriz Carneiro Ribas Martins é Psicanalista, Hipnoterapeuta e palestrante