Debates
Fazemos parte da engrenagem que move o mundo
Da Redação | 07 de abril de 2020 - 09:43
Por Marlise Beatriz
Carneiro Ribas Martins
Num cenário de fortes tribulações, da potencialização do sentimento de medo, da desesperança e de diferentes tipos de restrições, devemos voltar o nosso olhar para o que realmente é importante e prioridade em nossas vidas. É comum a retórica de que o mundo precisa mudar. É até um ‘chavão’ em nossa sociedade. Ouvimos isso diariamente. Porém, nós construímos o mundo e, para que haja uma mudança, existe a necessidade da seguinte reflexão: o que eu faço para que o mundo seja melhor?
Vamos fazer uma análise do momento em que vivemos. Estamos em isolamento social imposto por um inimigo invisível e, com isso, surgem junto com os temores a incrível possibilidade de aprendermos uma nova forma de apreciarmos a vida. A partir daqui temos a oportunidade de reprogramarmos o mundo, direcionando nossas ações para mudança de atitude.
A compreensão que devemos ter é que fazemos parte da engrenagem do mundo. Considerando que somos essenciais neste sistema complexo, cada qual tem a sua importância e relevância. Contudo, é necessário dizer que sentimentos como o egoísmo, a falta de empatia, a intolerância, o preconceito e principalmente o ódio, paralisam todo este mecanismo de funcionamento de harmonização do universo.
O que o distanciamento social nos proporciona? São inúmeras possibilidades. Vamos tratar das questões negativas, que vão desde o egoísmo, passando pela intolerância e atingindo a falta de capacidade para a sociabilização dentro do seio familiar. Quanto aos pontos positivos, talvez este novo cenário seja a porta de entrada para reencontramos a nossa essência e valorizarmos aquilo que realmente interessa.
Tudo o que está acontecendo nos fará perceber que a família é o grande núcleo do mundo. É através dela que aprendemos a brincar, a tolerar, a enfrentar os desafios, respeitar a opinião do próximo, dar e receber carinho e o que é mais gratificante: aprendemos a amar e sermos amados verdadeiramente e intensamente.
Devemos valorizar incondicionalmente as pessoas com as quais convivemos. Aproveite este tempo e veja as qualidades dos seus familiares. Tenho um olhar diferenciado para os seus filhos, independentemente da fase de vida em que eles se encontram. Trate os pais com carinho e atenção e lembrem-se de todo o tempo que foi dedicado exclusivamente a você.
Outra questão: a nossa casa nos representa. Vamos cuidar dela. Mesmo que não tenhamos o hábito da faxina diária, devemos nos esforçar para mantê-la limpa e organizada. Vamos aproveitar o momento para realizarmos os devidos reparos, removendo tudo aquilo que não necessitamos e, numa atitude essencialmente de caridade, devemos doar nossos pertences que estão em desuso.
São sugestões propostas para uma harmonização com si mesmo e com os outros, fazendo com que a parte que nos cabe como sistema de engrenagem do mundo, seja realizada da melhor forma. Neste sentido, você está sendo convocado a se tornar a sua melhor versão. Seja o protagonista dessa história e transforme o mundo a partir de você.
Marlise Beatriz Carneiro Ribas Martins é psicanalista, hipnoterapeuta, pedagoga, palestrante e idealizadora do curso Imersão Terapêutica. Disponível para debates e contatos através do número 42 9 9860-1188