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O setor turístico apela: não cancele, remarque!
Da Redação | 21 de março de 2020 - 01:35
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Em tempos incertos de trágico afastamento social e
isolamento domiciliar, um dos setores econômicos que mais sofre com as medidas
de prevenção e contenção do Covid-19 é o Turismo. Estamos falando de um setor
responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto Mundial e que de forma
imediata praticamente parou. O setor passou a assumir diretamente as
conseqüências do fechamento dos aeroportos e das fronteiras mundo afora. Sofre
com a abrupta interrupção do seu fluxo normal, com o congelamento das vendas e
com o enfrentamento dos cancelamentos generalizados em toda a sua cadeia
produtiva.
Ainda é incipiente pensar em alternativas que solucionem os
problemas do setor, no entanto, destaca-se em meio a tantos desafios o
surgimento de um movimento de conscientização direcionada aos consumidores. Em
todo o mundo existem campanhas de informação sobre a crise enfrentada pela
propagação da pandemia no Turismo desde o inicio de 2020, quando surgiram os
primeiros casos da doença. A Organização Mundial do Turismo (OMT) agência
vinculada a Organização das Nações Unidas para o Turismo, tem disseminado campanhas
de conscientização na cadeia turística em larga escala. No Brasil, iniciativas
semelhantes surgiram com a Associação Brasileira das Agencias de Viagens e tem
se propagado a todos os envolvidos no turismo. A proposta caminha em
consonância com a OMT que tem a intenção de levar ao conhecimento do público as
conseqüências negativas do cancelamento das viagens e a orientação de promover
a remarcação dos serviços já adquiridos.
A idéia central é informar amplamente o consumidor sobre a
importância das viagens já compradas ou planejadas para que o setor consiga
superar a crise. Neste sentido, qualquer cancelamento dos serviços turísticos
já adquiridos gera sérias consequências para toda a cadeia produtiva
comprometendo diretamente o futuro do setor. Com esta ação, os empresários
esperam sensibilizar o viajante sobre o momento crítico que o setor enfrenta e
o cenário de desafios que deverá ser encarado em breve.
Mais uma vez a informação se configura como uma aliada
fundamental para o enfrentamento do momento. A informação sobre a remarcação das viagens em detrimento ao cancelamento é um apelo a sensibilização dos
turistas em ampla escala. Neste sentido, ações imediatas já foram tomadas pelas
companhias aéreas com a isenção de custos para remarcação das passagens
nacionais ou internacionais, outros setores trabalham na mesma orientação. Os
ajustes de datas e a dilatação dos prazos de remarcação para até um ano são
providenciais para que as pessoas aguardem a passagem do estado de emergência e
sigam se protegendo adequadamente neste período.
Frente a tantas adversidades ainda é complicado vislumbrar
ações positivas, mas elas surgem em todo o mundo. Em um momento como este, se
observa como máxima a participação coletiva e o espírito solidário inerentes do
ser humano e que por inúmeras razões foram sendo desprezadas ano após ano,
geração após geração. Enquanto acompanhamos os esforços dos organismos
sanitários e de saúde para contenção dos casos da doença, o espírito de
fortalecimento comunitário tem demonstrado que a base da informação e da
empatia pode gerar uma comunicação mais assertiva e solidária.
A comunidade do setor segue encorajando os empresários a
enfrentar as dificuldades e buscar soluções conjuntamente. Que tenhamos
serenidade para enfrentar juntos o desafio da saúde e da sobrevivência e que
estejamos fortalecidos e engajados para agir na reciprocidade e no respeito
amplo aos recursos do planeta e com o outro.
Grazielle Ueno Maccoppi - Coordenadora dos
cursos de Gestão de Turismo e Gestão Empreendedora de Serviços do Centro
Universitário Internacional Uninter.