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Fazer mais do mesmo

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Por Marcos Lins Condolo

Mudam-se governos, intercalam-se agentes políticos na estrutura governamental, mas, o amadorismo e o empirismo ocupam lugar-comum na administração pública do Estado do Paraná, principalmente na área da Segurança Pública.

Sobre o tema, li há pouco nesse renomado periódico, que o Chefe do Executivo Estadual autorizou o pagamento de bonificação, em dinheiro, aos Policiais Militares e Civis que apreenderem armas de fogo, no exercício regular do Poder de Polícia.

Isto é uma prática vetusta, uma excrescência, um ato desvairado e que não possui qualquer possibilidade de êxito.

 Infelizmente nos deparamos com uma triste e melancólica constatação, qual seja, a pífia ou ineficaz formulação de políticas públicas voltadas à Segurança Pública em nosso Estado que, ao longo dos anos, vem desconstruindo o aparelho policial posto a serviço da população e, ao mesmo tempo, desmontando as centenárias forças policiais.

Isto significa dizer que o administrador está “fazendo mais do mesmo”, ou seja, à guisa de qualquer levantamento mais acurado em torno do complexo e instigante tema, o gestor público resolveu adotar a fórmula simplista assim traduzida:

Apreensão de armas + pagamento de gratificações = diminuição da violência e aumento da popularidade do Chefe no seio da tropa . Isto é risível e simplista por demais.

            Convém relembrar que a decisão governamental em destaque, não é inédita. Neste contexto, remontemos aos idos de 2016 e 2003, respectivamente, em que os então Governadores Beto Richa e Roberto Requião tentaram, sem sucesso, instituir o sistema de bônus e de pontuação para merecimento aos Policiais do Paraná, por apreensão de armas de fogo, estabelecendo uma gradação no valor do pagamento da bonificação, de acordo com o calibre da arma apreendida.

Ouso afirmar que a bonificação pretendida pelo Governo, em ilusório benefício aos policiais, fulmina por completo os valores e virtudes cultuados pelas instituições policiais durante décadas que, via de regra, atuam sistematicamente no contínuo e permanente combate à criminalidade e à violência, cujas instituições sempre foram fiéis ao cumprimento da missão.

O que se percebe é que o atual mandatário do Palácio Iguaçu, à guisa de projetos consistentes e exequíveis na área da Segurança Pública, pretende “agradar” sua força policial, instituindo o pagamento por produtividade que, no âmbito do serviço policial, apresenta-se totalmente dissociado dos objetivos institucionais.

Assim, ao se pretender instituir novamente o prêmio por arma apreendida, acredito que, além de não minorar o grave problema da violência e criminalidade que aflige a população, estar-se-á priorizando determinados focos de interesse para atuação policial, principalmente relacionado à possibilidade de ganho financeiro, o que não condiz com os valores erigidos na carreira policial.

Marcos Lins Condolo é colaborador do JM

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