Debates
Novos rumos para os aeroportos
Da Redação | 12 de novembro de 2019 - 02:24
Por Shailon Ian
Os investimentos em infraestrutura são fundamentais para o
desenvolvimento econômico brasileiro nos próximos anos. O setor aeroportuário
também precisa de pesados investimentos para continuar sua expansão. O cenário
da indústria aeronáutica projeta forte crescimento nas próximas décadas e os
atuais aeroportos precisam ampliar sua capacidade de atendimento para atender
um novo panorama que se vislumbra no futuro e evitar gargalos que já
enfrentamos no passado.
Em 2018, o mercado aéreo brasileiro retomou a expansão do
número de decolagens, que estava em queda desde 2013. Os indicadores positivos
mostram que os mercados doméstico e internacional responderam por 967 voos
regulares e não regulares, uma alta de 2,8% com relação a 2017, segundo dados
da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). No ano passado, 117,6 milhões de
passageiros passaram pelos aeroportos brasileiros para embarcar nos voos
domésticos e internacionais, sendo essa a segunda maior marca da série.
Estudo elaborado pela Iata (Associação Internacional de
Transporte Aéreo) revela que a indústria aérea deverá duplicar de tamanho
dentro de 20 anos, contribuindo com US$ 38,7 bilhões para o PIB (Produto
Interno Bruto) brasileiro até 2037 e criando 1,4 milhão de empregos. Para se
ter uma comparação, em 2017, o setor empregava 838,7 mil trabalhadores e
contribuiu com US$ 18,8 bilhões para o PIB. Um potencial que não podemos deixar
de aproveitar.
O mercado brasileiro de aviação civil é o terceiro do mundo,
superado apenas pelos gigantescos movimentos dos EUA e China. A chegada das
companhias aéreas low cost devem acelerar a oferta de passagens
aéreas tanto para viagens nacionais quanto para as internacionais. Elas trazem
para o nosso mercado uma tendência mundial, fazendo do modal aéreo uma opção
atrativa para a grande maioria dos passageiros.
O Ministério da Infraestrutura prevê fazer concessões dos
aeroportos brasileiros até 2022. A modalidade permitirá aos terminais
brasileiros receber investimentos na ordem de R$ 10,3 bilhões das empresas
privadas, que ficarão responsáveis por obras e prestação de serviços dessas
unidades. A entrada dessas corporações vem atender a uma demanda que o governo
tem dificuldades de responder diante da atual situação econômica.
Assim, o país avança um passo importante para resolver os
gargalos que dificultam a expansão de um dos mais importantes serviços para a
população brasileira. A entrada da iniciativa privada nesse setor – seja pela
modalidade da PPP (Parceria Público Privada), concessão, ou outro instrumento – vai
contribuir para a estruturação de um mercado saudável e com infraestrutura com
modernas tecnologias, trazendo para o país avanços já alcançados em aeroportos
internacionais.
O fortalecimento da aviação comercial brasileira tem
potencial para criar milhares de empregos em todas as regiões do país. Com o
crescimento da oferta de voos, promovemos a expansão do turismo, ampliamos as
possibilidades de negócios e aumentamos a oferta de um transporte reconhecido
por reduzir o tempo das viagens. A indústria da aviação comercial é ferramenta
essencial para um país tão continental como o Brasil. É um novo rumo para novos
avanços com grande potencial econômico.
(*) Shailon Ian é engenheiro, CEO da Vinci
Aeronáutica e fundador do Centro de Treinamento Online em Aviação Civil Vinci
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