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Planejamento a distância ou presencial?

Imagem ilustrativa da imagem Planejamento a distância ou presencial?

Por Emerson Pugsley

            Façam o exercício, de andar a pé, por nossa cidade, observando tudo com detalhes, desde uma simples lixeira, inadequadamente colocada, podendo acertar em cheio a cabeça dos pedestres, até grandes placas de propagandas, que poluem visualmente e atrapalham o trânsito. Ou mesmo, calçadas que deveriam ser apropriadas, para pessoas com deficiência visual, que terminam em postes, como vimos na recente revitalizada Rua do Rosário.

            Em Ponta Grossa, o planejamento, tem sido deixado de lado, a muito tempo. Os frutos amargos, colhemos diariamente. São as estreitas ruas e seus congestionamentos, os nossos passeios, que mais parecem crateras lunares ou um matagal interminável, ou os ônibus, cada dia mais lotados e seus passageiros enlatados como sardinha. A meu ver, ao contrário de “Sem Parar”, o que temos realmente é “Sempre Parando”.

            Alguns defendem as ciclovias. Ideia lindíssima, para cidades que colocam o planejamento urbano, como prioridade máxima. Aqui nos alegramos, com a reorganização do Instituto de Planejamento (IPLAN). Tomara mesmo, que pudesse ser um instrumento, que trouxesse reais benefícios, a população como um todo, e não apenas para dois ou três felizardos.

            Outra palavra, bastante ouvida, é mobilidade. Não sei, se os nossos homens e mulheres das pranchetas, conhecem o verdadeiro significado desta. Temos visto, cada coisa que até Deus duvida. Ruas estreitas, com bancos de praça no meio, outras com jardineiras, calçadões bagunçados, postes de iluminação imperiais. Ou a famosa rotatória da rodoviária, com uma faixa de travessia elevada, bem na subida, deixando os motoristas, a beira de um ataque súbito de nervos.

            O mais difícil, é que mesmo vivendo o caos diário, ainda vemos as pessoas imaginando dias melhores no trânsito. Com toda a certeza, se não abrirmos ruas, construirmos viadutos, vamos precisar, reaprender a caminhar, no sentido literal da palavra, ou seja, com os próprios pés. Sem as quatro ou duas rodas de borracha.

            Certa vez, eu fiz algo semelhante, desde entrar, em regiões mais pobres, onde água limpa e esgoto são sonhos distantes e luz elétrica, penso eu, ainda não foi descoberta ou é proveniente dos famosos “gatos de energia”. Retrato de nossos dias e noites, onde planejar é mais do que uma palavra, mas de ações urgentes e necessárias.

            E nós, o que estamos fazendo, como cidadãos? Planejamos cortar a árvore, que lança folhas incômodas, em nossa calçada, na qual pássaros se hospedam e lançam sujeiras em nossa roupa. Também planejamos, gastar enormes quantidades de água, lavando semanalmente o nosso carro e coisas desnecessárias.

            E ainda, planejamos jogar o lixo no terreno do vizinho, pois o que importa é o nosso espaço estar limpo.

            Finalizando, a cidade é um quebra - cabeça, e cada peça somos nós mesmos. Os encaixes perfeitos, são nossas atitudes. Caso não as tenhamos realizado, a paisagem final poderá ser tenebrosa. E depois, pouco ou nada, resolverá reclamarmos. É tempo de não ficar esperando sentado, mas de plantar, para colhermos coisas agradáveis no aspecto urbano. Uma excelente semana aos leitores!

Emerson Pugsley é colaborador do JM

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