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Boneca Momo: maneiras de evitar o contato com as crianças
Da Redação | 20 de março de 2019 - 01:13
Por Maria Carolina Avis
Está circulando na internet, principalmente nas redes
sociais, a imagem de uma escultura aterrorizante: cabelos negros longos, olhos
arregalados, um sorriso assustador e pernas de pássaro. A escultura foi criada
pelo japonês Keisuke Aiso, que batizou-a de “Mãe Pássaro”. Depois, ela foi
exposta em um museu de Tóquio. O problema começou quando alguém fotografou o
trabalho aterrorizante e publicou na internet. A imagem havia desaparecido, por
hora, mas agora voltou com força total por um motivo: batizada de ‘Momo’, a
boneca assustadora está aparecendo para crianças no meio dos vídeos do YouTube
Kids e ensinando suicídio, homicídio e formas de mutilação.
Em 2018, a imagem viralizou na internet e foi relacionada a
um número de WhatsApp que envia mensagens perturbadoras para quem tenta entrar
em contato com a Momo. Alguém compartilhou um número com origem do Japão
dizendo que seria um ‘número amaldiçoado’. No WhatsApp, a imagem do perfil era
uma foto da boneca. Quando alguém enviava uma mensagem, alguém respondia
dizendo que era a Momo, em diversos idiomas. Algumas pessoas que enviaram
mensagem disseram que a pessoa respondia com informações sobre sua vida, como
dados de amigos próximos e lugares frequentados. O fato é que essa informação é
muito fácil de ser adquirida na internet e com a grande exposição nas redes
sociais. Outras pessoas relataram ter recebido ameaças e mensagens terríveis.
Alguns especialistas dizem que a Momo conseguia informações
das pessoas assim que elas enviavam mensagem a este número. Um bot (robô)
cruzava as informações do telefone com as contas de redes sociais vinculadas a
este número, e conseguia os dados.
Enquanto o problema for esse, é simples de resolver: basta
não enviar mensagem ao número. Não por questões sobrenaturais, até porque a
Momo é uma escultura. Mas sim porque tem uma pessoa por trás, possivelmente um
hacker, que pode obter seus dados e fazer o que quiser com eles.
O problema maior é o que está acontecendo agora: a imagem da
escultura Momo voltou, e em um ambiente muito mais perigoso: o YouTube Kids, e
em alguns jogos como Minecraft e Fortnite. No meio do vídeo ou do jogo, de
repente, aparecem imagens da boneca passando mensagens macabras, ameaçando as
crianças e as incentivando a se suicidarem, além de machucarem seus pais e
irmãos. Esses vídeos burlam os algoritmos de segurança contidos no YouTube
Kids, plataforma desenvolvida pelo YouTube justamente para preservar a
segurança infantil.
O YouTube emitiu uma nota dizendo que não foram encontradas
evidências reais do desafio em sua plataforma, mas encoraja as pessoas a
denunciarem os vídeos que contenham a imagem da Momo. “Conteúdos desse tipo
violariam nossas políticas e seriam removidos imediatamente”, diz a nota. O
YouTube decidiu que não vai mais exibir anúncios em vídeos sobre a personagem
Momo, e isso também vale para empresas geradoras de conteúdo.
O criador da escultura, em entrevista a um jornal britânico,
disse que destruiu a escultura e a jogou fora. “As crianças podem ter certeza
de que Momo está morta – ela não existe mais e a maldição se foi”, disse.
O YouTube Kids ainda é uma boa opção, já que a plataforma se
preocupa com os conteúdos publicados. Recentemente o YouTube encerrou mais de
400 contas que publicavam conteúdos violentos e desativou a seção de
comentários em vídeos para crianças. Enquanto os usuários violarem as
diretrizes, o YouTube deve continuar tomando essas providências.
A melhor solução para escândalos que envolvem ameaças às
crianças sempre é a conversa franca com os pais. Os pais e responsáveis devem
conversar com a criança, mostrar a imagem e perguntar se a criança já viu
aquela boneca. Depois, dizer a ela que a boneca já foi destruída.
Além disso, recomenda-se:
1- Em vez de deixar os
pequenos acessarem livremente o YouTube Kids, fazer download dos vídeos que
eles sejam permitidos a assistir. Desconectar as crianças das redes e permitir
que assistam a apenas os vídeos off-line. Assim nenhum anúncio vai interromper
a exibição do vídeo. Pesquisar no Google por “download de vídeos do YouTube”
pode ajudar a tomar essa atitude.
2- Trocar o YouTube pelo
Netflix. É uma boa saída para que as crianças tenham acesso a um conteúdo
lícito.
3- Dizer para a criança que se
ela vir a imagem da Momo, para ela prontamente pausar o vídeo. Tirar print de
tela e denunciar o vídeo.
Maria Carolina Avis é professora do
Centro Universitário Internacional Uninter e especialista em Marketing
Digital.