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Saneamento Básico X Alienação Plena

Saneamento é uma palavra de significado extremo, objetiva. Sanear é resolver, não tem meio termo.

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Na era da informação, onde todos os saberes do universo cabem dentro de um smartphone, tornou-se hábito comum aos brasileiros, antes do café, ou de dizer bom dia a qualquer pessoa do mundo real, dar um mergulho ligeiro nas redes sociais, para ficar bem informado das futilidades cotidianas.

Os assuntos importantes da vida, são quase sempre cansativos e desagradáveis, acabam trilhando o caminho da política e, política, como diz a velha cartilha, “não se discute”. Nas eleições, a cada dois anos, a população promove uma faxina nas suas redes sociais, refaz a lista de parentes para a ceia de natal, elege seus candidatos e, depois, retomam o ritmo normal de suas vidas virtuais.

Se nossas casas estiverem abastecidas com energia elétrica e água encanada, tá tudo certo. E, quando acionamos a descarga dos nossos banheiros, para onde vão aqueles dejetos? Banhar-se no arroio do bairro, refrescando-se nos dias de calor, é coisa do passado, o lazer dos nossos avós. Hoje temos shopping center, totalmente climatizado, com ar condicionado, repleto de cores, luzes, marcas e grifes que dizem mais sobre nós que nossas próprias palavras, refrigerantes, pipoca de balde, com muita manteiga, fast food, um festival de glicose e gordura hidrogenada.

Em 2017, a CNBB elegeu o meio ambiente como tema da Campanha da Fraternidade. A imprensa falou um pouco mais sobre a situação dos nossos rios e matas e, também sobre a qualidade da água que bebemos e a situação do nosso saneamento básico.

Confesso que o termo “saneamento básico”, nunca me pareceu adequado. Saneamento é uma palavra de significado extremo, objetiva. Sanear é resolver, não tem meio termo. O básico, no entanto relativiza a sua importância. É parecido com a proposta de chamar as maiorias de “minoria”, uma estratégia repleta de “viés ideológico”.

Mas, o fato é que a Sanepar, nos cobra 80% sobre o valor que pagamos pela água, como taxa de esgoto. E para onde vai esse esgoto? Uma questão não se esgota em uma campanha de conscientização. Boa parte do esgoto de Ponta Grossa está sendo despejado em nossos arroios. As matas ciliares, tão lindas, ao invés de servirem de proteção para as águas que, de uma forma ou de outra, acabam voltando para as nossas casas, estão servindo, principalmente, para esconder a lenta condenação de morte à qual estão sendo submetidos nossas nascentes, arroios e rios.

O assunto é sério e tem impacto direto na saúde da população e na economia do município. Deveria ser debatido nas redes sociais, nas associações de bairro, nos postos de saúde e, principalmente nas escolas que, a partir de agora, com o decreto presidencial que “desobriga” as matérias de arte, filosofia e sociologia, tendem a se tornar um espaço formador de pessoas menos criativas e de pensamento crítico reduzido, mas isso é assunto para outro debate.

Por ora, a questão é saber, como a Sanepar está usando o dinheiro que a população lhe paga para receber água de qualidade e o tratamento dos nossos esgotos. Que tal falarmos sobre isso?

Manoel Correa é paranaense de Goioerê, formado em Comunicação pela PUC de São Paulo. Foi diretor de promoção do esporte e lazer e recreação na Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo; coordenador de projetos no Ministério da Cultura e Consultor do PENUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atualmente reside no Bairro Santa Paula. 

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