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Imagem ilustrativa da imagem Sétimo mandamento

Por Jacó Carlos Diel

Era uma pergunta que eu vinha me fazendo, a mim e a vários padres e amigos há mais de trinta anos, desde que me formei em filosofia, nos idos de 1.984, na primeira turma da UNIOESTE, campus de Toledo, cujo reitor na época era o então bispo da cidade e atualmente cardeal e arcebispo emérito da Arquidiocese de Salvador, BA, antigo primaz do Brasil e que teve papel de destaque na criação da Pastoral da Criança no Brasil, junto com a saudosa médica Zilda Arns, Dom Geraldo Magella Agnelo. E ontem, sábado, 02/12/2.017, na missa de crisma de 64 jovens e alguns adultos, das 19,00 horas, da igreja matriz de Nossa Senhora da Saúde, na Vila Estrela, em Ponta Grossa, eu e toda a comunidade presente ouvimos na voz inconfundível de Dom Sérgio Arthur Braschi, bispo da diocese de Ponta Grossa, a primeira resposta concreta sobre a minha tom perseguida pergunta de mais de trinta anos: porque a igreja de modo geral e especificamente os presbíteros não falam abertamente sobre o sétimo mandamento – não roubar -, já que é este um dos grandes pecados da moda atual?

Iniciando a sua homilia, disse o bispo: “Alguém viu a última notícia que deve sair amanhã no Diário dos Campos? É que querem ‘doar’ para a Sanepar todo um patrimônio hídrico formado pela estrutura de encanamentos, máquinas e equipamentos, várias caixas e reservatórios de água, como o do Botuquara e Alagados, por mais trinta anos, renováveis por outros trinta anos. É necessário que o cristão leigo se posicione a respeito das ações da comunidade e assim seja mais que luz, seja também sal da terra, conforme as escrituras”. E aí veio a resposta da minha tão repetida pergunta, quando perguntou para a plateia: “Tem algum vereador aqui presente? Se tem, é preciso que não se venda, recebendo propina e represente a comunidade como o cristão deve se portar, inclusive denunciando o que é injusto e espúrio aos olhos do verdadeiro filho de Deus”. Se o vereador se vender e receber propina para entregar o que a corporação, que em geral é corporação do mal, que nada mais é do que roubar os valores da merenda escolar, da saúde das crianças, gestantes e velhos, nada mias é do que roubar a ideia de segurança que já não temos mais, é roubar os remédios e os sonhos dos pobres que nunca consegue os comprar e é roubar a aposentadoria de quem trabalhou a vida inteira, para nos seus últimos dias de vida receber a notícia de que o seu benefício fora negado, se torna no mínimo participe do sistema criminoso. É do sétimo mandamento que estamos falando – não roubar -, e que precisamos aprofundar e discutir também em todas as igrejas com a devida importância que o tema requer, agora com a direção e a bênção de Dom Sérgio.

Durante todo esse tempo de mais de trinta anos, consegui perceber que a escalada da corrupção e da roubalheira só aumentou, a ponto de se ter hoje a quase triste certeza de que mais da metade de toda a população é formada por corruptos e ladrões, se tornando a regra e não a exceção. Se assim não fosse, não teríamos tantos implicados da maioria dos poderes da República nas operações em andamento, especialmente na Lava Jato, onde já são mais de uma centena de sentenciados, além da operação quadro-negro, aqui no Paraná.

Outro assunto talvez não menos importante para o qual Dom Sérgio chamou a atenção dos presentes, é a tão propalada ideologia de gênero. Acontece que há um movimente para introduzir a matéria no currículo das escolas municipais, que fará uma audiência pública no próximo sábado, dia 09/12/2.017, as 14,00 hora na Câmara Municipal, para a qual o bispo chamou a comunidade a participar da discussão. Com relação a este tema disse que tivera uma reunião com o Conselho das Igrejas Cristãs, onde participaram vários pastores de diferentes igrejas evangélicas e que um desses pastores pontuou com profundidade a questão o comprometimento do verdadeiro cristão nas tarefas reservadas ao laicato, já que começamos no domingo passado o ano do Laicato, instituído pela igreja católica. O ponto principal abordado pelo dito pastor teria sido a análise de que “somos muita luz, mas pouco sal na terra“. A luz, segundo ele, seriam os muitos meios de comunicação na evangelização e o sal, ficaria por conta da discussão e aprofundamento do cristão nos assuntos que dizem respeito a si e a toda a comunidade, visando sempre o crescimento de acordo com o que preceitua a bíblia e que estaria muito aquém do imaginável para uma comunidade participativa.

*O autor é licenciado em Filosofia Lato Sensu e Bacharel em Direito.

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