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Bancos já oferecem antecipação da restituição de IR: vale a pena?
Da Redação | 21 de abril de 2018 - 02:37
Por Reinaldo Domingos
Já está chegando ao fim o período de entrega da Declaração de Imposto de Renda
Pessoa Física e se observa muitas instituições financeiras oferecendo os
serviços de antecipação da restituição devida pelo governo aos contribuintes.
Mas diante a uma necessidade financeira, será que realmente é correto e vale a
pena antecipar?
Ao utilizar essa linha de crédito, os contribuintes,
além de mostrar a falta de educação financeira, também podem perder rendimento.
Por isso, muito cuidado nesta hora! Sabemos que existem crise nas finanças em
muitas famílias e que a situação não está fácil, mas já é hora de refletirmos
sobre nossos hábitos financeiros e começarmos a mudar.
Na maioria das vezes, os endividados, ao utilizarem essas ferramentas, apenas
estão remediando o problema do descontrole financeiro, que voltará com mais
força no futuro. Assim, antes de simplesmente buscar a antecipação, é
necessário que se faça um bom diagnóstico financeiro, para combater o que está
gerando esse problema financeiro.
Caso a antecipação seja uma última saída para a pessoa, não conseguindo arcar
com suas dívidas em curto prazo, é necessário aprofundar nessa questão. A
antecipação é um serviço que faz com que o contribuinte não necessite esperar
pelos lotes para receberem os valores devidos da restituição.
Contudo, para pedir a antecipação aos bancos, os contribuintes devem ter a
certeza de que tudo está correto na declaração entregue ao governo. Caso
apresente problemas, ela pode cair na malha fina da Receita Federal e o
contribuinte terá que arcar com o empréstimo do próprio bolso. Por isso, é
sempre recomendável muito cuidado ou mesmo o apoio de especialistas
contabilistas.
Cair na malha fina é mais fácil do que parece, principalmente com a ampliação
de cruzamentos de informações feita pela Receita Federal. Às vezes, a pessoa
faz tudo corretamente, como manda o manual, e, assim mesmo, vai parar na malha
fina. Isso acontece, por exemplo, quando a fonte pagadora fornece à Receita uma
informação diferente da qual liberou para o colaborador.
Em função disso, a antecipação só vale a pena para os contribuintes que estão
realmente precisando com urgência do dinheiro. Para quem está endividado e
pagando taxas mais altas de juros do que as oferecidas pelos bancos, a
antecipação da restituição para quitar dívidas é um bom negócio, mas, fora
isso, não é muito vantajoso, sendo que os juros pagos pelo governo são bastante
interessantes.
Caso a pessoa esteja decidida a realizar o empréstimo, aconselho que faça uma
pesquisa nos bancos. A disputa pelos clientes é tão grande que as taxas
cobradas flutuam muito entre as instituições financeiras. A primeira pesquisa
pode ser pela Internet, para, depois, sentar com o gerente do banco e negociar
melhorias na proposta que eles oferecem.
Portanto, entregar a declaração logo no início é recomendável pelo fato de ter
mais chance de receber sua restituição logo nos primeiros lotes, mas, se isto
não vier a acontecer, a solução é aguardar sua restituição com paciência, visto
que ela estará sendo corrigida pela taxa Selic.
Reinaldo Domingos é PHD em Educação Financeira e terapeuta
financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros e da
DSOP Educação Financeira, e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia
Financeira e comanda o canal Dinheiro à Vista