Debates
Disseminação da inovação
Da Redação | 20 de abril de 2018 - 01:26
Por Marcello Richa
Geralmente quando falamos sobre inovação, automaticamente
vinculamos ao conceito de criação de algo que irá mudar a realidade de como
executamos as coisas. Porém inovar não implica necessariamente em criar, mas
também aprimorar aquilo que já existe ou transformar em outra coisa que venha a
melhorar serviços, ações e projetos.
Ao longo dos últimos anos visitei diversas empresas,
entidades sociais, sindicatos, projetos comunitários, cooperativas e eventos de
agronegócios, onde tive a oportunidade de conhecer boas práticas, modelos de
gestão e novas tecnologias promovidas pela iniciativa privada, terceiro setor e
poder público.
Cada um desses trabalhos possui potencial para ser adaptado
em outro município, região ou comunidade, apresentando novas alternativas e
opções para a inovação tecnológica, organizacional, de processo, serviços e
produtos.
A constante busca pelo aperfeiçoamento de nossas atividades
sempre será um indutor de avanços para a sociedade e neste quesito as esferas e
representantes públicos, por terem contato constante com diferentes segmentos,
precisam assumir um papel cada vez mais ativo e de articulação para a
disseminação da inovação.
Exemplos relacionados a isso são abundantes e podem ir desde
apresentar modelos de gestão até o aprimoramento da legislação e formalização
de convênios. Citando uma situação simples, no ano passado estive no Lar do Menor
Siqueirense, em Siqueira Campos, que arrecada cerca de oito mil reais por mês
por meio do programa Nota Paranaense. Um modelo de gestão que gera receita
livre e que apresentei para outras entidades do estado, que se interessaram e
organizaram para também buscar essa nova fonte de recurso.
Na gestão pública essa troca de ideias também é fundamental
e permite o desenvolvimento de novas e efetivas políticas públicas. Nesse
sentido, apresentei em diversos municípios a Lei Municipal de Incentivo ao
Esporte de Curitiba, que capta recursos do Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU) e investe em atletas e instituições sociais, bem como falei sobre
parcerias com a iniciativa privada, como a que realizamos para a implantação de
Estações de Ginástica e Alongamento em Curitiba, que foram feitas sem custo
para o município em troca de espaço publicitário. Modelos simples de serem
adaptados e que trazem grandes benefícios para as comunidades.
Somado a isso, é preciso buscar ampliar e fortalecer diálogo
junto à iniciativa privada, que resulta em projetos como a Lei de Inovação,
sancionada no Paraná em 2012 e que prevê a participação do Estado em fundos de
investimentos e concessão de benefícios para empresas
paranaenses cuja atividade principal seja a inovação tecnológica. Um
estímulo para o mercado que gera avanços nos serviços desde o pequeno produtor
até grandes indústrias.
Em um período de crise econômica, é cada vez mais relevante que bons projetos, novas tecnologias e iniciativas sejam divulgados e levados a diferentes municípios e segmentos. Articular e disseminar a inovação possui um papel determinante na economia de recursos, aperfeiçoamento dos serviços e ampliação da oferta de atendimento em todos os setores, resultando em mais oportunidades para a melhoria da qualidade de vida da população.
Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do
Paraná (ITV-PR)