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Os gastos com diárias na Câmara de Ponta Grossa e a ideologia de gênero

Imagem ilustrativa da imagem Os gastos com diárias na Câmara de Ponta Grossa e a ideologia de gênero

Por Henrique Simão Pontes

No dia 28 de janeiro de 2018, foi publicada uma matéria no portal Arede denominada “Gastos com diárias sobem 77% na Câmara de PG”. A matéria traz que o orçamento legislativo destinado ao custeio de viagens de vereadores e funcionários da Câmara, no ano de 2017, foi de R$ 64 mil, quase o dobro do montante usado no ano de 2016, R$ 36 mil.

Pode até parecer irrisório estes valores, mas no atual momento, em que os nossos políticos atribuem o problema do Brasil a uma crise financeira, onde a classe trabalhadora está tendo seus direitos surrupiados para resolver o “problema” nacional, nossos parlamentares deveriam se envergonhar e parar de gastar dinheiro público.

O pior é que agora nossos vereadores podem usar este dinheiro público sem prestar contas do que fez! Antes de 2015, a Resolução 358/2014 previa que os vereadores deveriam realizar um relatório completo de prestação de contas, incluindo as notas fiscais dos gastos. Porém esta resolução foi alterada e hoje os parlamentares não mais precisam prestar contas detalhadas.

Mas o que tem haver a ideologia de gênero com os gastos com diárias na Câmara de Ponta Grossa?

Em 2015, quando a sociedade ocupou as galerias da Câmara para gritar contra a ideologia de gênero, quando a mídia focou suas câmeras e holofotes nesta discussão, quando tudo o que mais importava era retirar, excluir e exterminar a ideologia de gênero no plano municipal de educação, os nossos vereadores incluíram na pauta do mesmo dia, sorrateiramente, a mudança na Resolução 358/2014.

Ao final da sessão, após toda a população ir embora (que sem exageros, parecia ser mais de 300 pessoas), foi quando os vereadores votaram e aprovaram, com a casa de leis vazia, a mudança na referida resolução, passando a não mais exigir dos parlamentares a prestação de contas completa, com apresentação de notas fiscais.

E agora meus caros, o que está acontecendo? Os nossos vereadores usam a vontade nosso dinheiro, sem nem nos informar com o que gastaram. Absurdo, quem que, quando recebe uma diária oriunda de dinheiro público, deixa de prestar contas? Eu como estudante, quando uso dinheiro público para participar de um evento, por exemplo, sou reembolsado, e só após apresentar nota fiscal eletrônica!

Mas nossos vereadores podem usar nosso dinheiro a vontade, sem nos dar satisfação (e não nos importa discurso em tribuna! Será que nem para fazer um relatório de viagem, formal e completo, com os documentos necessários anexados eles são capazes?). Eles, ao menos, estão fazendo estas prestações de contas tão branda e facilitada com a mudança da resolução em 2015?  

A, mas não importa, a ideologia de gênero foi vencida!

Henrique Simão Pontes é Geógrafo e doutorando em Geologia pela UFPR

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