Cotidiano
Paraná se torna área livre de febre aftosa sem vacinação
Fernando Rogala | 28 de maio de 2021 - 00:42
Status foi confirmado nesta quinta-feira (27) pela
Organização Mundial de Saúde Animal. Paraná é o maior produtor e exportador de
proteína animal do Brasil
O Paraná conquistou na manhã desta quinta-feira (27) a
certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação, resultado de uma luta
de mais de 50 anos do Governo do Estado e do setor produtivo. O novo status
sanitário foi confirmado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em
cerimônia virtual da 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da
OIE, em Paris, na França.
“O Paraná lutava há décadas por essa chancela, que vai mudar
o patamar de produção da pecuária paranaense, que já é bastante forte. Com o
apoio das entidades do setor produtivo, organizamos toda a estrutura de
sanidade animal e fizemos a lição de casa”, afirmou o governador Carlos Massa
Ratinho Junior.
“Nossos rebanhos já não são mais vacinados e há anos o vírus
não circula mais no Estado. Esse reconhecimento vai ajudar a abrir mercado para
a carne produzida no Paraná, ampliando os investimentos no Estado, que vão
gerar mais emprego e renda para a população”, acrescentou.
O Estado obteve reconhecimento nacional do Ministério da
Agricultura e Pecuária em agosto do ano passado e aguardava pela validação da
OIE, que também reconheceu os pleitos do Rio Grande do Sul e do Bloco I (Acre,
Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso). Além da aftosa, a entidade deu
a chancela ao Paraná de zona livre de peste suína clássica independente.
Desde que o último foco da doença foi confirmado, em 2006, o
governo e o setor produtivo se organizaram para melhorar a estrutura sanitária
paranaense, o que incluiu a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná
(Adapar), o reforço da fiscalização nas divisas e o controle dos rebanhos.
A imunização contra a aftosa no Estado foi interrompida em
2019 e a campanha de vacinação, que acontecia duas vezes por ano, foi
substituída pela campanha de atualização de rebanhos. O cadastro é obrigatório
para garantir a rastreabilidade e a sanidade dos animais.
Nos últimos anos também foi realizado um extenso inquérito
epidemiológico, com coletas de amostras do sangue de quase 10 mil animais em
330 propriedades rurais, provando que o vírus já não circula no Paraná.
Produção
Maior produtor e exportador de proteína
animal do País, com liderança em avicultura e piscicultura, o reconhecimento
internacional vai ajudar a abrir mercados para a carne paranaense e outros
produtos de origem animal, com a possibilidade de comercialização a países que
pagam melhor pelo produto, como Japão, Coreia do Sul e México.
Em 2020, o Estado produziu mais de 5,7 milhões de toneladas
de carne de porco, boi e frango, quase um quarto do que foi produzido no País.
O Estado é responsável por 33% da produção nacional de frango e 21,4% em piscicultura, liderando os setores.
Também ocupa o segundo posto em relação à carne suína, com
21% da produção brasileira e mantém a vice-liderança na produção de leite
(13,6%) e ovos (9%). A expectativa com a abertura de mercados é que o
Estado atinja a liderança nacional na produção de suínos.
Para o secretário estadual da Agricultura e do
Abastecimento, Norberto Ortigara, o principal recado que o Paraná passa é
mostrar ao mundo uma estrutura produtiva mais desenvolvida e sadia, com um
serviço de inspeção sanitária de qualidade. “Tudo isso vai refletir em novos
negócios e na geração de empregos, que foi o motivo para lutarmos por essa
chancela. O aumento na produção, com a expansão de novas plantas e abertura de
mais turnos, significa mais gente trabalhando”, arrematou.
As informações são da AEN