PUBLICIDADE

Paraná tem a primeira geradora que une biogás e sistema solar

Unidade instalada em Ouro Verde do Oeste permite destinação correta de dejetos suínos e garante energia para os suinocultores cooperados da EnerDinBo

O investimento foi de R$ 12 milhões, somando estrutura e equipamentos.
O investimento foi de R$ 12 milhões, somando estrutura e equipamentos. -

Unidade instalada em Ouro Verde do Oeste permite destinação correta de dejetos suínos e garante energia para os suinocultores cooperados da EnerDinBo

Foi inaugurada nesta quinta-feira (29), em Ouro Verde do Oeste, a primeira usina híbrida de biogás e energia fotovoltaica em grande escala do País. O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou da inauguração e afirmou que este tipo de empreendimento vem ao encontro da bandeira defendida pelo Governo do Estado, de uma agropecuária forte aliada ao desenvolvimento sustentável.

 O empreendimento da EnerDinBo de um lado garante a destinação correta de dejetos suínos e, de outro, possibilita a distribuição de energia para os suinocultores cooperados à empresa. A usina está operando há dez meses e começou a distribuir energia para a rede elétrica há 20 dias. O investimento foi de R$ 12 milhões, somando estrutura e equipamentos.

A unidade de biogás tem capacidade para processar 700 toneladas de dejetos de suínos por dia. Já a fotovoltaica, em processo de instalação, terá até janeiro capacidade instalada de 500 quilowatts/hora. O sistema integra 40 suinocultores. A energia gerada será usada para compensar o consumo energético nas granjas das empresas do grupo. 

"Essa usina fecha um ciclo da cadeia produtiva, em que o dejeto da produção do suíno deixa de ir diretamente para o solo e para o rio, se transforma em energia e também em adubo, que retorna ao produtor rural", disse o governador. 

Ratinho Junior destacou que a iniciativa reforça ainda mais a qualidade da agropecuária do Estado. "É um selo verde para a suinocultura paranaense, que já é muito forte, e reforça ainda mais a vocação paranaense para a produção de comida aliada à preservação ambiental", afirmou.

Aproveitamento - Para o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o Paraná trabalha para recuperar o tempo perdido no que se refere à geração de energia a partir da produção do campo. "Temos sido pouco racionais no aproveitamento da biomassa que a agricultura gera todos os dias, e que é fonte de energia em forma de gás. Além disso, o digestato resultante deste aproveitamento é um excelente adubo orgânico", disse ele.

Segundo Ortigara, avançar neste tipo de ação representa economia a médio e longo prazo. "É a possibilidade de o produtor gerar a própria energia, e ainda reduzir os custos com adubos. São dois dos principais insumos da produção rural", ressaltou o secretário.

Thiago González, diretor-técnico da EnerDinBo, disse que o modelo híbrido garante perenidade muito maior ao projeto. “Isso porque durante o dia conseguimos usar as placas solares para gerar energia elétrica, enquanto isso armazenamos o biogás e podemos utilizá-lo à noite”, explicou.

O objetivo prioritário da usina é tratar resíduos orgânicos e gerar energia elétrica limpa (e renovável), além de propiciar aumento de produção com segurança ambiental e energética das granjas. Esse sistema vai refletir em expansões e novos investimentos privados para o município, de seis mil habitantes.

De acordo com a Associação Regional de Suinocultores do Oeste (Assuinoeste), existem mais de 16 mil propriedades rurais voltadas para essa atividade na região, com mais de 4 milhões de suínos. "Somos um grande polo de produção e os dejetos resultantes da atividade poluem o solo, a água e até a camada de ozônio. Este tipo de projeto agrega muito na qualidade de produção e na redução do passivo ambiental", disse o produtor Delmar Kohler, cooperado da EnerDinBo.

Quando não são tratados, os dejetos vão para o solo e chegam aos lençóis freáticos, poluindo a água consumida pela população.  O processo correto também elimina vetores, como moscas, além de possíveis patógenos, fora a diminuição do odor, motivo de reclamação constante da comunidade.

Segundo o diretor comercial da EnerDinBo, Valdinei Silva, o impacto da atuação da usina está além da redução do passivo ambiental. "Vai gerar um incremento de 50% na arrecadação de ICMS do município, e de 70% na suinocultura local. Ou seja, além da geração de 30 empregos diretos, toda a cadeia é beneficiada, e nosso objetivo é aumentar cada vez mais está operação, dobrando a capacidade até o final de 2021", disse ele.

Produção – Tanto a luz do sol quanto o biogás produzem energia, que é transferida para a rede de distribuição da Copel e distribuída para usuários de todo o Estado. Só os dejetos de suínos são capazes de gerar 1 megawatt/hora, o que é suficiente para abastecer cerca de 2,5 mil residências. A intenção é ampliar a produção para 2,5 megawatt/hora, para alcançar até 6 mil residências nos próximos meses.

Para auxiliar esse processo, a EnerDinBo se juntou ao Energia das Américas (EDA) para fazer a distribuição aos cooperados. Serão atendidos prioritariamente CNPJ’s com contas que têm mais de R$ 1 mil de custo mensal com energia.

Cooperação - Durante a inauguração, a EnerDinBo assinou acordo de cooperação com o CIBiogás, Centro Internacional de Energias Renováveis, para cooperação técnica na produção de energia e no desenvolvimento tecnológico.

Presenças – Acompanharam a solenidade o secretário de Estado da Administração e Previdência, Marcel Michelotto; o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o deputado estadual Gugu Bueno; o chefe da regional de Toledo do Instituto Água e Terra, Taciano Maranhão; o diretor-presidente do CIBiogás, Rafael Gonzalez, além de empresários e lideranças políticas e religiosas da região.

Usina possui três biodigestores e três lagoas aeróbicas

A usina funciona em uma área de 48 mil metros quadrados, com três biodigestores e três lagoas aeróbicas (com a presença de oxigênio), que é onde ocorre a digestão da matéria orgânica antes de entrar no processo de combustão. Depois de degradada ela é transformada em dois produtos: biofertilizantes usados nas pastagens, depois de passar por um novo processo aeróbico, e o biogás propriamente dito, que é transformado em energia elétrica.

A usina coleta os materiais sem custo nas próprias propriedades e faz a separação da fração líquida e da fração sólida. Depois, os resíduos são transferidos para os biodigestores, onde o material passa por quatro fases até chegar ao biogás com 65% a 70% de metano, 25% a 30% de gás carbônico e demais gases como oxigênio e nitrogênio. Para a produção de energia, ocorre a conversão da energia química do gás em energia mecânica, que ativa um gerador que produz energia elétrica.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE COTIDIANO

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE