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Exame pós morte confirma covid-19 e velório é suspenso em PG

Atestado de óbito indicava morte por pneumonia, mas material coletado comprovou que paciente também estava contaminado pela covid-19

Confusão com resultado de exame faz velório ser fechado novamente em Ponta Grossa
Confusão com resultado de exame faz velório ser fechado novamente em Ponta Grossa -

Atestado de óbito indicava morte por pneumonia, mas material coletado comprovou que paciente também estava contaminado pela covid-19

Mais uma vez, um velório precisou ser interrompido e suspenso depois que o exame pós-morte confirmou que o falecido tinha sido contaminado com o novo coronavírus. O caso foi registrado em Ponta Grossa nesta quarta-feira (19) e causou grande repercussão nas redes sociais. O Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG), onde o paciente morreu, emitiu nota sobre o caso de esclarecimento.

O homem de 45 anos estava internado no HU-UEPG desde o dia 10 de agosto depois de se consultar na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ele morreu nesta quarta e, em seu atestado de óbito, constava ‘pneumonia’ como causa da morte. De acordo com o HU-UEPG, não havia sinais de infecção pelo coronavírus, mas ainda assim foi realizada a coleta de material para realização do teste PCR, conforme determina o protocolo.

O resultado do exame foi divulgado enquanto a família já estava numa capela da cidade realizando o velório da vítima. Equipes do governo municipal estiveram no local e explicaram a situação para todos os presentes, que concordaram em lacrar o caixão e suspender a cerimônia.

Apuração das responsabilidades

O HU-UEPG emitiu nota alegando que o paciente já tinha testado positivo no dia 13 a partir de material coletado na UPA, mas a informação não tinha sido repassada ao hospital. No comunicado, que aparece em destaque logo abaixo, a unidade hospitalar “reitera que segue todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades de saúde” e se solidariza com o sofrimento de amigos e familiares do homem.

Por outro lado, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) se manifestou sobre o caso, que entrou no relatório municipal como o 31º óbito provocado pela covid-19 em Ponta Grossa. O governo municipal informou que o resultado do exame constava no sistema oficial do Laboratório Central do Estado (Lacen) e que a informação estava à disposição da equipe do HU-UEPG. A Prefeitura destacou também que, após a constatação de que estaria ocorrendo o velório, o caixão foi fechado e a área foi isolada. “A FMS ressalta que todas as pessoas que tiveram presentes no velório entraram no monitoramento do município. Informamos que todo o local receberá desinfecção no dia de hoje (20)”.

Nota de esclarecimento do HU-UEPG

A Universidade Estadual de Ponta Grossa, por meio de seu Hospital Universitário,  informa que em 10 de agosto recebeu solicitação de vaga para paciente de 45 anos em atendimento na UPA, onde foi realizado teste rápido para coronavírus, que resultou negativo. 

Após transferência e internamento no HU, a tomografia pulmonar não apresentou comprometimento característico de Covid19. Com o óbito ocorrido ontem (19), após a liberação do corpo, quando a família já realizava o velório, a equipe do HU-UEPG foi informada que, em 10 de agosto, a UPA coletou material para exame PCR. No dia 13, o teste resultou positivo para a coronavírus. O HU-UEPG ressalta que estas condições, coleta de exames e resultado positivo, não foram comunicadas ao HU-UEPG, antes ou durante o internamento.

A instituição, que desde o início da pandemia é referência no atendimento impecável e responsável de pacientes Covid-19 encaminhados por 12 municípios da Região dos Campos Gerais, reitera que segue todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades de saúde. A direção do Hospital, equipes e toda a comunidade universitária estão consternadas pelo falecimento do paciente e pela falta de informação, que expôs, infelizmente, familiares, contactantes e possivelmente a equipe que prestou atendimento.

Veja abaixo a íntegra da nota da FMS

O paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Paula no dia 10 de agosto e foi tratado como paciente suspeito desde o início. O estabelecimento solicitou transferência através da Central de Leitos, regulação do Estado. O mesmo, por fechar quadro clínico para a COVID-19, realizou testagem rápida, com resultado negativo e testagem de RT-PCR.

Após coleta do exame, o paciente foi transferido para o Hospital Universitário com a devida informação/observação, dentro do sistema do Estado – Solicitação de leito -, de ‘PACIENTE SUSPEITO DE COVID-19’, o que veio a se confirmar no dia 13/08 com o resultado do exame RT-PCR, informado no sistema oficial do Laboratório Central do Estado do Paraná– Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), o qual os estabelecimentos de saúde credenciados têm acesso. O procedimento adotado pelo Hospital deve ser verificado com o estabelecimento.

O paciente entrou em óbito na estrutura, a qual é responsável por emitir a declaração de óbito. O documento emitido não constou paciente positivo para COVID-19, sendo assim foi liberado para velório. Após constatação pelo município, através de cruzamento de dados, que se tratava de paciente com RT-PCR confirmado, a FMS entrou em contato com a família tomando as providências possíveis diante da situação.

Pelo fato de já não ser possível realizar sepultamento naquele período, fechou-se o caixão e restringiu-se a área, isolando o local de acesso de pessoas. A FMS ressalta que todas as pessoas que tiveram presentes no velório entraram no monitoramento do município. Informamos que todo o local receberá desinfecção no dia de hoje (20).

Prefeito se pronuncia sobre polêmica

Em seu programa de rádio na manhã desta quinta-feira (20), o prefeito Marcelo Rangel (PSDB) relatou o caso e destacou que o maior risco de contágio não está necessariamente no falecido, mas sim no contato entre as outras pessoas que frequentam a cerimônia. “A pessoa que está sendo velada não respira, não tem o contato direto com ninguém, exceto quem está ali naquele momento mais triste, chegando próximo ao falecido”, disse o gestor municipal.

Rangel também comentou que, na sua opinião, o velório deveria ter maior flexibilização para que a família tenha oportunidade de dar adeus ao ente querido. “Essa doença é a mais terrível justamente pelo fato de não poder se despedir de um pai, avô ou um filho, a pessoa é ensacada, lacrada e vai direto para o fundo da terra”, relatou o chefe do Executivo. Ele também afirmou que está “pensando em fazer novo protocolo” de orientações para esse tipo de cerimônia.

De acordo com o prefeito, não haveria problemas se as pessoas que frequentam o velório se protegerem com máscaras e evitarem abraços, além de deixar o caixão fechado. “Você está exposto ao vírus com as pessoas vivas, a pessoa que está conversando com você é mais perigosa do que aquela que já não está mais entre nós”, voltou a afirmar o gestor.

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