Cotidiano
Médicos são suspeitos de reaproveitar lixo hospitalar
Alvos da ação são suspeitos de utilizar materiais cirúrgicos irregulares. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.
Mario Martins | 11 de dezembro de 2019 - 09:31
Alvos da ação são suspeitos de utilizar materiais cirúrgicos
irregulares. Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após
uso único, eram utilizados em até 15 cirurgias.
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está nas ruas desde as
primeiras horas da manhã desta quarta-feira (11) para cumprir 20 mandados
judiciais em endereços relacionados a médicos urologistas do Paraná e Goiás. Os
alvos da ação são suspeitos de utilizar materiais cirúrgicos irregulares.
Cateteres e outros equipamentos, que deveriam ser descartados após uso único,
eram utilizados em até 15 cirurgias.
Entre as ordens judiciais, oito referem-se a prisões
temporárias e 12 a mandados de busca e apreensão. Além dos médicos, uma
instrumentadora cirúrgica e a secretária de um dos profissionais também são
alvos da operação. As investigações constataram que ambas tinham conhecimento
da ilicitude dos procedimentos.
Mandados estão sendo cumpridos no Interior do Paraná, nas
cidades de Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão. No estado de Goiás, as
buscas ocorrem em Goiânia e Rio Verde.
A ação é um desdobramento da Operação “Autoclave”,
deflagrada no mês de setembro deste ano, no Interior do Paraná. Na ocasião, a
PCPR desmantelou um grupo criminoso envolvido com a adulteração, através de
esterilização ilícita, de materiais descartáveis já utilizados por médicos em
cirurgias urológicas. A operação resultou na apreensão de um vasto material
reprocessado.
Em continuidade às investigações, a PCPR constatou que esses
equipamentos cirúrgicos eram vendidos a médicos urologistas do Paraná e Goiás,
com claro conhecimento de sua procedência irregular. Os materiais
reaproveitados eram utilizados em cirurgias de pacientes particulares,
resultando num lucro muito maior aos cirurgiões.
Conforme apurado, materiais que possuem um custo de R$ 1,2
mil eram adquiridos pelos profissionais da saúde por R$ 250 a R$ 300 e
reutilizados muitas vezes. Ressalta-se que todos os equipamentos eram completamente
descartáveis e nenhum órgão responsável pela área autoriza esterilização e
reuso dos mesmos.
Os alvos da ação devem ser indiciados por associação
criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.