Cotidiano
Operação apura R$ 19 mi de propinas da BRF a auditores
A ação apura supostos crimes de corrupção passiva praticados por auditores fiscais agropecuários federais em benefício de grupo empresarial
Da Redação | 02 de outubro de 2019 - 00:20
A ação apura supostos crimes de corrupção passiva praticados
por auditores fiscais agropecuários federais em benefício de grupo empresarial
A Polícia Federal deflagrou nesta 3ª feira (1º), a
4ª fase da operação Carne Fraca, batizada de Romanos. A ação apura supostos
crimes de corrupção passiva praticados por auditores fiscais agropecuários
federais em benefício de grupo empresarial BRF, dono da Sadia e da
Perdigão.
A empresa afirmou à PF que ao menos 60 auditores fiscais
teriam sido favorecidos com as vantagens indevidas. Há indicativos de que foram
destinados R$ 19 milhões para os pagamentos de propinas. Os valores eram pagos
em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos
fictícios firmados com empresas que representavam o interesse dos fiscais.
De acordo com o inquérito, a prática teria sido interrompida
em 2017, quando a BRF “passou por uma reestruturação interna”. Segundo
a PF, o grupo atuou em“colaboração espontânea” com as autoridades e não ganhará “nenhum
benefício em troca”.
A BRF afirmou ao mercado que "nenhum de seus
escritórios ou instalações ou de seus administradores foi alvo" de medidas
de busca e apreensão na nova fase da operação Carne Fraca e que tem colaborado
com as autoridades.
Já o Ministério da Agricultura reafirmou em comunicado à
imprensa que tem "plena confiança em sua área de fiscalização
agropecuária, já reestruturada, e entende que essa situação é uma exceção à
regra e não compromete a efetiva atuação de seus 2.500 fiscais".
De acordo com o MPF, a BRF decidiu colaborar sem que tenha
firmado qualquer acordo de leniência, e não está sendo investigada como pessoa
jurídica na operação. Pessoas da empresa envolvidas com os fatos à época, e que
atualmente não estão mais na companhia, serão responsabilizadas, no entanto.
"Com o avanço das investigações, a BRF apresentou ao
Ministério Público Federal, entre o segundo semestre de 2018 e o primeiro
semestre de 2019, uma série de informações e documentos, bem como autorizou
expressamente o uso desse material, no sentido de que existiram fiscais
federais, ligados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), que recebiam vantagens indevidas para que atuassem em benefício da
companhia", disse o MPF no pedido de medidas cautelares apresentado à
Justiça.
As medidas cautelares foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa, a operação desta terça-feira teve como objetivo cumprir 68 mandados de busca e apreensão em 9 Estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, informou a PF.
Com informações do site DCI.com e da Polícia Federal