Cotidiano
Pleito é o primeiro depois da Operação Lava Jato
Eleição geral é a primeira desde que a Operação Lava Jato atingiu em cheio uma série de partidos
Da Redação | 06 de outubro de 2018 - 00:46
Eleição geral é a primeira desde que a Operação Lava Jato atingiu em cheio uma série de partidos
Iniciada em 17 de março de 2014, a Operação Lava Jato representou um tsunami na política nacional. Com lideranças partidárias, políticos com mandato, doleiros, delatores e outras figuras que se tornaram comuns no noticiário, as ações do Poder Judiciário passaram a interferir cotidianamente no mundo político. Em 2018 será a primeira vez que a população irá às urnas para uma eleição geral depois da deflagração da Operação.
Depois de mais de quatro anos do início, a Lava Jato atingiu praticamente todos os partidos e revelou um esquema de corrupção elaborado e muito vasto - as ações atingiram em cheio a Petrobras, uma das maiores empresas brasileiras, mas também se espalham pelo superfaturamento de obras em quase todo território nacional e até pela concessão e manutenção de estradas pedagiadas no Paraná. Com isso, a escolha de representantes políticos deverá ser um desafio.
Um dos principais ‘prejudicados’ pela Lava Jato foi o Partido dos Trabalhadores (PT) - além da prisão de Lula, o PT viu outras das suas principais lideranças foram privadas da liberdade. Mas a Operação atingiu praticamente todos os partidos - entre as legendas políticas que elegeram representantes em 2014, apenas o PSOL não teve filiados citados nas investigações.
O maior partido brasileiro também foi atingido em cheio. Eduardo Cunha (ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara) está entre as principais lideranças do PDMB (atualmente MDB) presas após investigações da Lava Jato. Além disso, ex-ministros como Antonio Palloci e Guido Mantega, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e empresários como Marcelo Odebrecht estão entre os notáveis presos após as investigações.
Por envolver uma série de nomes que têm (ou tinham) foro privilegiado, a Operação também provocou discussões acaloradas no âmbito jurídico - sem falar da utilização de acordos de leniência e de delações premiadas. A revisão de prisões decretadas em primeira instância e levadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) também foi outro tema que movimentou o debate político-judicial.