PUBLICIDADE

Mais de 200 pessoas vivem nas ruas de PG

Apesar de chamarem a atenção, os dados mostram uma redução no número de pessoas nestas condições

Coreto ao lado da Estação Saudade é usado como abrigo por pessoas em situação de rua em Ponta Grossa
Coreto ao lado da Estação Saudade é usado como abrigo por pessoas em situação de rua em Ponta Grossa -

Colchões, cobertas e roupas amontoadas pelos cantos. O cenário não é estranho aos ponta-grossenses que caminham pelo Centro de Ponta Grossa e pode ser visto em imóveis públicos ou privados sem uso, como o coreto do Parque Ambiental e o prédio do antigo Hipermercado Big. 

Atualmente, mais de 200 pessoas moram ou estão em situação de rua no município. Deste total, 145 são considerados em ‘situação de rua’ e 73 são moradores de rua. Os números são da Secretaria Municipal de Assistência Social. “Nós consideramos moradores quelas pessoas que, efetivamente, não possuem residência na cidade. Quando verificamos que a pessoa possui ou tem alguma casa para dormir, mas por algum motivo está na rua, consideramos em ‘situação de rua’”, explica a Diretora do Departamento de Proteção Social Especial, Thais Verillo. 

O levantamento é feito através dos atendimento no Centro de Referência em Assistência Social (Creas-Pop) e das abordagens dos assistentes sociais, iniciadas em julho do ano passado. Somente no último ano, o Creas-Pop, localizado no Centro da cidade, realizou 3.194 atendimentos e 961 abordagens. 

Apesar de chamarem a atenção, os dados mostram uma redução no número de pessoas nestas condições. Em 2015, a estimativa era de 96 moradores e 271 pessoas em situação de rua. Já em 2016, eram 84 moradores e 159 pessoas em situação de rua. 

Para garantir a continuidade na redução dos índices, a Prefeitura intensificou as abordagens e os direcionamentos aos Creas e entidades conveniadas ao município. “Nas abordagens, nossa equipe busca saber de onde é aquela pessoa, o que ela está precisando, quais são as necessidades e oferece um direcionamento. Quando a pessoa recusa sair da rua, nós respeitamos esta escolha, mas damos continuidade ao serviço e voltamos a falar com ela periodicamente”, afirma Verillo. O Creas-Pop não abriga moradores de rua. No entanto, a unidade garante alimentação, guarda de pertences pessoais, higiene pessoal, encaminhamento ao serviço de saúde, acesso à documentação e outros serviços. “A pessoa pode, por exemplo, lavar suas roupas, cobertas, secar e guarda os pertences lá”, conta a diretora. Quando constatado que a pessoa é de outra cidade, a Prefeitura garante passagem de retorno ao município de origem. 

Apesar de não fazer o acolhimento, a Assistência Social possui o convênio com duas entidades que trabalham nesta área. Uma delas é o Ministério Melhor Viver. Caso confirmada a situação de rua, o Melhor Viver oferece o acolhimento por seis meses e desenvolve atividades para reinserir as pessoas assistidas na sociedade. 

A assistente social Silvana Moro explica que, caso o período de acolhimento se encerre sem que a pessoa seja reinserida, a entidade possui outro serviço. “Nós não deixamos as pessoas nas ruas. No acolhimento institucional, fazemos todo um trabalho de reinserção, dando condições para que ela recomece a sua vida, refaça os laços familiares e, até mesmo, tenha qualificação para entrar no mercado de trabalho”, diz. “Mas se, após este trabalho, a pessoa não tiver para onde ir ainda, nó temos uma ‘república’. Esta república tem um custo, mas é um custo baixo. Isso porque as despesas da casa, como água e luz, são divididas entre eles. É como uma república mesmo”, completa. 

O Melhor Viver tem capacidade para atender 38 pessoas no acolhimento institucional. Na República, são cerca de dez vagas, quase sempre lotadas. A outra entidade que garante acolhimento e possui convênio com a Prefeitura é a Casa da Acolhida. 

Ex-morador de rua dá exemplo de superação

Os resultados dos trabalhos do Melhor Viver tem sido positivos. “Há pessoas que voltam para as ruas e não querem acolhimento. Mas dentro da própria entidade temos exemplos de pessoas que recomeçaram a vida”, conta a assistente social Silvana Moro. Uma das histórias de superação e que inspira os acolhidos na entidade é a do motorista Antônio Elizeu Martins, de 51 anos. A mudança na vida de Antônio começou no dia 19 de dezembro de 2013, quando ele pisou pela primeira vez no Melhor Viver. “Eu procurei aqui porque eu precisava, estava totalmente desequilibrado, sem ninguém para me ajudar. Minha família havia me abandonado porque eles não tinham escolha”, conta. Antônio passou cerca de oito meses nas ruas, entregue ao alcoolismo, até buscar ajuda na entidade. A partir de dezembro de 2013, ele conseguiu reconstruir a vida. “Foi um recomeço e já estou há cinco anos trabalhando aqui”, afirma. 

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE COTIDIANO

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE