PUBLICIDADE

Naturalidade impera em ‘Uma Mulher Fantástica’

Naturalidade impera em ‘Uma Mulher Fantástica’

Imagem ilustrativa da imagem Naturalidade impera em ‘Uma Mulher Fantástica’

Há quem considere o diretor Sebastián Lelio, um “Pedro Almodóvar chileno”. Observando especificamente seu último filme, ‘Uma Mulher Fantástica’, é possível concordar. Em partes. Se o que o espectador espera ver em comum com o cineasta espanhol é o exagero, o engraçado, a explosão de cores e personagens que flertam com o absurdo, não encontrará nenhum paralelo. ‘Uma Mulher Fantástica’ mergulha na naturalidade, na interpretação contida e na verossimilhança, fazendo com que o exposto na tela seja algo tranquilamente possível de acontecer na vida real.

Marina (Daniela Vega) é uma transexual que trabalha como garçonete durante o dia e, à noite, canta em clubes. Ela namora Orlando (Francisco Reyes), que a trata com amor, carinho e respeito. O primeiro “porém” da trama aparece quando Orlando morre e Marina é tanto suspeita de assassiná-lo quanto desprezada pela família do falecido. Aí está uma relação com Almodóvar: uma protagonista à margem da sociedade (ainda) e o que isso pode representar. Após a morte de Orlando, o amor, o carinho e o respeito até continuam existindo por parte de alguns personagens, mas as reações da família dele representam exatamente o antônimo desse tripé.

Como se vê, a trama é simples, não foge daquilo que pode acontecer com transexuais em uma sociedade conservadora. Tampouco a obra investe em grandes malabarismos, técnicas ou estratégias estilísticas de grande destaque. Um dos maiores exemplos de criatividade e estilo de narração está no uso de reflexos, de projeções. São recursos que parecem falar de identidade.

Em uma das cenas, Marina está na rua e para enquanto trabalhadores carregam um grande espelho. É como se ela parasse, por alguns segundos, para olhar para si mesma e refletir sobre quem realmente é e/ou decidir os passos a tomar a partir dali. Em outra cena, ela caminha ao lado de uma construção com parede espelhada e sua imagem aparece duplicada. Mais adiante, sua face é refletida em um espelho redondo que esconde a região pubiana.

‘Uma Mulher Fantástica’ entrou para a história do cinema por ser o primeiro filme protagonizado por uma transexual a ganhar o Oscar. Em 2018, venceu na categoria Melhor Filme Estrangeiro, além de ter colecionado vários outros prêmios.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE CINEMA

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE