Cinema
Falta vida em ‘Liga da Justiça’
Falta vida em ‘Liga da Justiça’
Da Redação | 25 de novembro de 2017 - 00:38
‘Liga da Justiça’, do diretor Zack Snyder, segue perfeitamente a lógica básica que se espera de um filme do gênero. Existe a contextualização sobre quem é cada herói, o bem investe na união para vencer o mal (que também é explicado de onde vem) e há uma quantidade muito, muito grande de lutas e explosões. O condimento especial está (ou deveria estar) na inteligência dos diálogos, na forma como o grupo é congregado e no caráter cômico de um ou mais personagens, que serve para dar o contraponto à carga dramática.
O morno em ‘Liga da Justiça’ é que o roteiro assinado por Chris Terrio e Joss Whedon não consegue apresentar grandes novidades em relação a tudo o que se tem visto em filmes de super-heróis, que, aliás, existem aos montes. A contextualização sobre quem é cada personagem é bem demarcada. E demorada. Há pouca fluência no modo como os heróis se unem. Os diálogos não são espirituosos e o humor é fraco.
Nem tudo é ruim. A cena em que o time da Liga da Justiça finalmente fica completo é bem construída e a reação do último herói a integrar a equipe surpreende. A batalha inicial da Mulher-Maravilha (Gal Gadot) remete ao “bullet time” (tempo de bala), aquela técnica popularizada por ‘Matrix’ em que a câmera lenta mostra detalhadamente o percurso dos projéteis e o modo como os personagens interagem com eles. A caracterização de um mundo marcado por desesperança que espera salvadores tem tom político, mesmo que bem leve.
Fora isso, o encontro de Batman (Ben Affleck), Mulher-Maravilha, Superman (Henry Cavill), Aquaman (Jason Momoa), Cyborgue (Ray Fisher) e The Flash (Ezra Miller) segue rigorosamente a cartilha. É um resultado morno da DC, que contrasta com a competência verificada no filme solo da Mulher-Maravilha. Chega-se ao fim da projeção com a sensação de que o trabalho investiu demais no burocrático e, por isso, comprometeu o entusiasmo. Do roteiro e de quem assiste.