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‘O Sal da Terra’ propõe contemplação e reflexão

‘O Sal da Terra’ propõe contemplação e reflexão

Imagem ilustrativa da imagem ‘O Sal da Terra’ propõe contemplação e reflexão

É profunda e poética, ao mesmo tempo, a atmosfera que se cria logo no início de ‘O Sal da Terra’, documentário sobre a vida e a obra do brasileiro Sebastião Salgado, um dos mais importantes fotógrafos da atualidade.

A abertura do documentário exibe comunhão perfeita entre o que se vê e o que se ouve, enquanto Sebastião Salgado narra suas sensações ao visitar o garimpo de ouro de Serra Pelada. Enquanto lentamente passam diante dos olhos do espectador imagens daquilo que parece um “formigueiro humano”, com milhares de pessoas subindo e descendo por um terreno com ângulo de praticamente noventa graus, o fotógrafo narra: “Vi passar diante de mim, numa fração de segundo, a história da humanidade. A história da construção das pirâmides, a Torre de Babel, as minas do Rei Salomão. (...) Eu tinha regressado ao início dos tempos”.

O clima impactante do início permanece até o fim do filme dirigido por Wim Wenders e pelo próprio filho do fotógrafo, Juliano Ribeiro Salgado. A narração do biografado é constante. Ela é complementada com imagens sobre a vida atual do profissional e, claro, com inúmeras das fotografias feitas por ele ao redor do mundo em incursões em países como Equador, México, Etiópia, Ruanda e vários outros. São fotografias sobre temas que não fogem da exclusão social, incluindo populações latinas e africanas pouco conhecidas, trabalhadores e refugiados, além de fotografias que chamam a atenção para a necessidade da preservação ambiental.

Em alguns momentos, o documentário abre espaço para a metalinguagem, com o biografado lançando sua lente para a equipe de produção do filme. As fotografias que resultam disso são inseridas no processo de montagem.

Além de mostrar a formação profissional de Sebastião Salgado, a constituição de sua família e suas viagens pelo mundo para a elaboração de diversas exposições, o documentário também reserva espaço para exibir a criação do Instituto Terra, uma iniciativa do casal Sebastião e Lélia. Eles recuperaram a fazenda de gado da família, na cidade mineira de Aimorés, onde Sebastião nasceu. Lá fizeram renascer uma parte da Mata Atlântica, com o plantio de diversas espécies.

‘O Sal da Terra’ é material indispensável para quem quer ter, em pouco menos de duas horas, um vasto panorama sobre quem foi Sebastião Salgado e conhecer (ou rever) parte de seu imenso acervo de marcantes imagens em preto e branco.  O ritmo é lento, mas completamente coerente com a proposta de contemplação e reflexão lançada pelos diretores.

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