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Estudo alerta sobre crise econômica nos Campos Gerais

Campos Gerais registrou a perda de mais de 2,2 mil vagas de emprego somente no último mês de abril

Distanciamento Social reduziu o fluxo de pessoas movimentando a economia
Distanciamento Social reduziu o fluxo de pessoas movimentando a economia -

Fernando Rogala

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Campos Gerais registrou a perda de mais de 2,2 mil vagas de emprego somente no último mês de abril

Um estudo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), realizado pelo Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas, alerta que o país vive uma das principais crises econômicas de sua história, e que os reflexos já começaram a serem sentidos nos Campos Gerais. São dois os fatores indicadores, decorrentes da necessidade de distanciamento social e adoção de medidas, que culminaram em uma grande perda no número de empregos no país no quarto mês de 2020: foram 860.503 mil vagas de emprego perdidos no Brasil, dos quais, 2.254 postos de trabalho foram perdidos nos municípios dos Campos Gerais. 

Conforme o estudo, conduzido pela pesquisadora do Nerepp, professora doutora em economia, Augusta Pelinski Raiher, o primeiro fator, exógeno, é referente à queda da demanda internacional, com efeito nas exportações, e também com a retração da disponibilidade de alguns bens intermediários importados, os quais são utilizados na produção de bens finais na região. O segundo, endógeno, é referente à queda da demanda local, causada pelo distanciamento social.

Segundo ressalta Augusta, se analisar os meses que antecederam a crise da Covid-19, janeiro e fevereiro, tanto a região como o Estado e o país vinham com tendência de crescimento, o que evidencia o caos que a pandemia gerou no mercado de trabalho brasileiro. “O ponto positivo é que, na comparação com o Paraná e o Brasil, a região ainda estava com um estoque de emprego em abril superior ao que tinha em janeiro de 2020, cenário diferente do observado no resto do país”, afirma.

Ao considerar o saldo obtido entre janeiro a abril de 2020, a região dos Campos Gerais ainda teve crescimento de 0,79% com relação ao estoque de empregos que se tinha no início de 2020, enquanto que o Paraná retraiu em 0,84% e o Brasil, 1,97%. Isso foi puxado pelos números positivos em janeiro (1.123), fevereiro (1.633) e março (887). Com esse resultado, os 19 municípios avaliados na pesquisa contabilizam o estoque de emprego com 176,4 mil trabalhadores formais. 

O estudo revela que todos os municípios tiveram quebras de postos de trabalho no mês de abril, o que demonstra efetivamente a chegada da crise na região. Algumas das cidades já perderam vagas desde março. “Essa retração mais precoce do emprego pode estar relacionada com a queda dos postos de trabalho de empresas ligadas ao mercado externo, que reduz as suas exportações, bem como às empresas ligadas ao setor do turismo, como é o caso de Tibagi”, conta Augusta. De acordo com a pesquisadora do Nerepp, uma atenção especial deve ser dada a esses municípios, por já estarem em um processo de crise do mercado de trabalho antes da maioria dos municípios da região.

Ortigueira gerou mil vagas em 2020

Em abril, todos os municípios perderam vagas, sendo Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Castro as cidades que mais tiveram retração, com -1213, 259 e 150 postos a menos, respectivamente. “O cenário era esperado já que Ponta Grossa detém quase metade de todos os postos de trabalho da região. Embora seja natural, é preocupante, tendo em vista que Ponta Grossa é o centro da dinâmica econômica dos Campos Gerais, e o seu enfraquecimento representa uma perda de dinamismo para toda a região”, informa a pesquisadora. No acumulado do ano, 10 geraram vagas e 9 tiveram mais perdas. Os que mais geraram foram Ortigueira (1064), Ponta Grossa (199) e Jaguariaíva (142); enquanto que os mais perderam foram Telêmaco Borba (-162), Reserva (-96) e Piraí do Sul (-77).

Preocupação

Para a pesquisadora Augusta Raiher, esse cenário nos Campos Gerais é preocupante. “É necessário identificar os setores mais afetados pela crise em cada município, bem como é necessário verificar se as políticas públicas que visam amenizar os problemas na estrutura produtiva estão sendo acessadas”, finaliza

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