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Uma em cada dez pessoas alcançam resultados com dieta

Veja explica porque as pessoas não conseguem sustentar o peso alcançado após as dietas

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Da Redação

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Veja explica porque as pessoas não conseguem sustentar o peso alcançado após as dietas

Há mais de duas décadas minha rotina diária contempla o tratamento de obesidade e sobrepeso, estudos sobre estas questões e as circunstâncias que se relacionam com este universo. Por isso, me sinto à vontade para discorrer sobre o que vejo hoje, especialmente, no que se refere aos malabarismos dietéticos que visam o emagrecimento e que, na verdade, acabam percorrendo a estrada que vai do sensato ao inconsequente. 

Estabelecer uma dieta como padrão de referência universal é ao menos discutível. Sempre haverá algum desrespeito cultural ou mesmo que vá contra a individualidade das pessoas na gestão de suas vidas. É acaso dos exemplos abaixo:

Dieta mediterrânica - única associada estatisticamente com maior longevidade, não suprime ou prepondera qualquer grupo alimentar. Em uma lógica absolutamente simples, sem alimentos processados e privilegiando gorduras insaturadas, grãos sem refino, verduras, legumes, frutas secas, castanhas e carnes brancas, seus adeptos angariam maior expectativa de vida, sendo ainda autorizados a adicionar uma taça de vinho às refeições. Se consumida desde a mais tenra idade provavelmente proteja do ganho ponderal, mas, se iniciada por ocidentalizados glutões a perda de peso não ocorrerá. 

Dieta Low Carb - é inegável que a utilização das dietas sem carboidratos ou low carb são fisiologicamente alicerçadas. Esses conceitos mostram-se úteis em alguns contextos patológicos, incluindo o emagrecimento, contudo, a primeira se mostra intolerável quanto à palatabilidade à curto prazo, enquanto a low carb é enfadonha o suficiente para afastar a maior parte de seus necessitados adeptos em alguns meses. 

Jejum Prolongado (ou intermitente) - essa traz benefícios em algumas doenças, especialmente as de ordem inflamatória, tais como as enfermidades reumáticas, o faz provavelmente pelo período de silêncio ou abrandamento metabólico gerado pelo jejum, mas, seguramente não provoca perda de peso sustentada. Portadores de doença celíaca, menos em algumas outras formas de intolerância ao glúten, carecem da retirada deste item da dieta. É imperativo. Porém, se a pretensão ao abstrair essa proteína da dieta é abandonar o alto peso, não o faça. Não emagrece. Raciocínio semelhante deve ser feito para os intolerantes à lactose, se a dieta for adotada com intenções adelgaçadoras, esqueça. 

Sob a luz dos mesmos princípios citados acima são fabricados inúmeros itens: barras de cereais com fibras, castanhas e frutas secas; leites e derivados sem gordura e mesmo sem lactose; refrigerantes e outros itens sem açúcar. Envelopes supostamente contendo todos os itens fundamentais para suas necessidades nutricionais diárias, com substâncias sacietógenas para abstrair sua fome. Um mar de recursos para driblar desejos e alcançar a tão esperada perda de peso que são prescritos ou comprados voluntariamente pelo postulante à boa forma. Ótimo, para aqueles que o comercializam, eventualmente, bons para doenças específicas (diabetes e algumas intolerâncias) mas além de inócuos no tratamento da obesidade podem também não serem tão inofensivos. 

Onde erramos? 

O problema é o de sempre, o irritante tempo revelando a falibilidade humana. Os centros da fome e saciedade "definitivamente modificados" por disruptores endócrinos (substâncias ingeridas ou inaladas) é uma causa provável. Equívocos dietéticos e comportamentais a caminho da vida adulta gerando novo status no famigerado termostato é outra explicação. 

O açúcar é acusado de induzir maior número de células gordurosas (provavelmente apenas na primeira infância), assim como incitar estas células a uma maior produção de gorduras. De outra forma, o mesmo é capaz de gerar respostas em nosso cérebro relacionadas ao prazer, o que talvez mesmo com os centros de saciedade e fome ainda sem mudanças, nos faça dependentes do doce recurso para alcançarmos a sensação de bem-estar. 

O fato é que a dieta como recurso único para o tratamento da obesidade se aproxima do completamente (para não desprezar os 5 a 10% de abnegados vencedores) falível, o que lamentavelmente nos faz refém da aceitação do peso, de remédios ou de cirurgias. 

Tais paradigmas estão sendo expostos pela ciência e com atraso indesculpável. É preciso que haja o entendimento de que a melhor maneira de emagrecer é sempre não engordar. Precisamos buscar trajetórias para essa conquista, talvez agora de pouca valia para nós, mas, crucial para nossos descendentes.

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