UEPG lança campanha para prevenir trotes

Universidade busca fortalecer ‘trote solidário’ e coibir qualquer ação de cunho violento ou agressivo contra novos alunos

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) lança nesta sexta-feira (15) a campanha ‘Trote não é legal’ - a medida busca evitar, coibir e punir possíveis ações violentas contra calouros da instituição que iniciam as aulas na próxima segunda-feira (18). A campanha conta com ações da Coordenadoria de Comunicação (CCOM), com medidas de conscientização nas redes sociais, em parceria com a Procuradoria Jurídica, Ouvidoria e Pró-Reitorias da instituição.

A campanha buscará garantir uma acolhida adequada e fraterna para os mais de 2 mil novos alunos que ingressam na universidade em 2019. Além das ações institucionais das Pró-Reitorias de Graduação (Prograd) e de Assuntos Acadêmicos (PRAE), a conscientização sobre o Trote Solidário também terá ações do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da Atlética Los Bravos que reúne cursos da área de Engenharia.

Will Robson Ramalho Azambuja é estudante do terceiro ano do curso de Engenharia de Alimentos e destaca a mudança no caráter da recepção institucional dos novos alunos. “Essa é uma forma diferente e segura de apresentar a universidade aos calouros. Muitas pessoas vêm com medo e receio já que a Universidade é ambiente novo, diferente. Acredito que essa abordagem de apresentação coletiva e com caráter social e educativo é uma forma mais adequada de recepção”, explica o aluno.

Arrecadação de alimentos e doações

No caso do Setor de Ciências Agrárias e Tecnologia da UEPG, por exemplo, na segunda e terça-feira os alunos serão apresentados aos respectivos cursos, conhecendo salas de aula e laboratórios, além de uma acolhida organizada pelo Setor. Já de quarta a sexta-feira haverão ações sociais para captar alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza que serão doados a instituições sociais.

Os alunos do setor também serão convidados a visitarem essas instituições sociais e realizarem a entrega dos alimentos arrecadados. “Acredito que essa é uma forma consciente de acolher o aluno que ingressa em uma universidade pública”, destaca Will que também é membro da Atlética Los Bravos.

Resolução prevê punição contra trote violento

Desde 1996, uma resolução do Conselho Acadêmico da UEPG considera qua qualquer ato de violência física ou moral praticado por qualquer estudante dentro das instalações da Universidade “constitui violação e desrespeito aos ditames éticos, de ordem, dignidade e bom comportamento, preceitos estes que toda a comunidade universitária deve obedecer”, diz o regimento.

O chefe da Procuradoria da UEPG, Guilherme Amaral Alves, lembra que o regimento geral da Universidade prevê punições para alunos envolvidos em trotes violentos. “Caso haja denúncia, nós realizaremos uma apuração do ocorrido através da Comissão de Sindicância e Processo Administrativo [Cosinpro] que pode culminar com algum tipo de sanção contra o acadêmico”, explica Amaral.

O regimento da UEPG prevê punições que variam da advertência, repreensão, suspensão até a exclusão do ambiente universitário de alunos comprovadamente envolvidos em trotes violentos.

Denúncia de trotes violentos

A denúncia contra a realização de trotes violentos pode ser formalizada através de um protocolo físico na instituição, ou feita feita através da Ouvidoria da instituição de forma anônima - o aluno pode realizar a denúncia online através deste link. Para apresentar a demanda, o(a) estudante pode realizar o processo de forma anônima ou com identificação e toda a dinâmica é acompanhada pela Controladoria do Governo do Estado.

O controlador Paulo Cesar Machado Lemos destaca que todo o processo é informatizado e garante, caso seja vontade do(a) denunciante, o sigilo completo. “Além disso, quem formaliza a denúncia receberá informações sobre o andamento do processo por e-mail ou SMS”, explica Paulo. As denúncias encaminhadas à Ouvidoria podem ser sobre excesso nos trotes ou também sobre outras problemas relacionados à Universidade.

Pró-reitoras avaliam ações

Ao tratar do significado do acolhimento dos calouros em 2019, a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ione Jovino, destaca se trata do resultado de um trabalho que vem sendo desenvolvido com afinco desde de novembro de 2018. “É um momento que traz o entusiasmo dos cursos, alunos e setores de conhecimento na acolhida e no abraço de bem-vindos ao calouros (as) da UEPG”, avalia.

Para a professora Ione, A PRAE chega para ser um suporte para os alunos e a comunidade da UEPG e também se apresenta como parceira e um espaço de diálogo com a dinâmica da vida acadêmica. A Pró-Reitoria intensifica a  atenção constante à qualidade nas atividades voltadas ao estudante – e a afirmação de um lugar onde eles busquem apoio, orientações e informações.

Efetividade no atendimento ao aluno

A titular da Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade da PRAE, Silmara Carneiro e Silva, considera o trabalho no setor desafiador e, ao mesmo tempo um estímulo para reestruturar o atendimento aos alunos para que sejam mais efetivos. “Os desafios vão nos conduzir a metas maiores e nos ajudar tornar nossos objetivos e metas possíveis”, diz.

Ela acrescenta que “o que se quer é construir caminhos junto com os estudantes e a comunidade universitária”. Silmara entende a importância do olhar panorâmico para receber  as demandas coletivas, mas com atenção e cuidado às demandas individuais, para que gerem mudanças na trajetória de vida dos alunos.

Programações específicas

Cada um dos setores do conhecimento da UEPG terá uma programação específica para a acolhida dos novos alunos. No Setor de Ciências Biológicas e da Saúde (Sebisa) a recepção será marcada pela tradicional Cerimônia do Jaleco (clique aqui para ver detalhes). Já no Setor de Ciências Sociais e Aplicadas acontecerão uma série de atividades, entre elas cafés da manhã e acolhidas no Auditório Central (clique aqui para ver detalhes).

Informações Assessoria de Imprensa