Queda de marquise no centro de PG será investigada
Especialistas comentam possíveis causas do incidente no Edifício Vila Velha e alertam para casos em outros prédios da cidade
Publicado: 18/10/2018, 19:00
Especialistas comentam possíveis causas do incidente no Edifício Vila Velha e alertam para casos em outros prédios da cidade
Moradores do Edifício Vila Velha, localizado na esquina da Avenida Vicente Machado com a rua Augusto Ribas, no centro de Ponta Grossa, foram surpreendidos com a queda completa da marquise do prédio no início da madrugada desta quinta-feira (18). O engenheiro Willian Konofal e o tecnólogo em construção civil Fábio de Melo participaram da avaliação posterior ao incidente e indicam a falta de manutenção como uma das possíveis causas do desabamento.
O barulho causado pela queda foi tão alto que parte dos moradores da região pensou que o banco que fica na Avenida estivesse sob ataque. Por sorte, ninguém estava passando pelo local no momento do acidente e, portanto, não há registro de feridos. Os dois profissionais estiveram no local a pedido de uma agência bancária que mantém operações no térreo do prédio.
Fábio foi o primeiro a chegar no local pela manhã e relata que já encontrou a calçada totalmente tomada pelo entulho. Na sequência, parte da estrutura da marquise que continuava presa ao edifício também foi retirada, para evitar novos desabamentos e diminuir o risco no local.
Em uma das lojas vizinhas, uma viga ficou comprometida e terá que ser removida. Segundo Willian, um dos proprietários da joalheria desejava entrar na loja, mas teve seu acesso ao recinto negado por precaução. Esta viga não compromete a estrutura do prédio.
Os profissionais apontam vários fatores para esta ocorrência no edifício com mais de cinco décadas de origem. Willian aponta uma possível falta de manutenção e cita fatores da construção na época em que o prédio foi feito. O engenheiro aponta que atualmente as construções são feitas com um sistema de ‘concreto armado’, apenas com ferro e concreto. Esta estrutura era constituída por elementos mistos, como tijolo, argamassa e outros materiais. Além disso, Willian também ressalta que a marquise tinha apenas um revestimento de cerâmica, sem nenhum sistema de impermeabilização, ficando exposta ao tempo e as condições climáticas.
Outro possível fator apontado é uma sobrecarga na marquise, como máquinas de ar condicionado e outros itens sobre a estrutura. “Essa construção é calculada com uma sobrecarga estimada. Logicamente, a estrutura aguenta até a sua carga e passando disso poderá ficar comprometida”, analisa Willian.
Profissionais alertam sobre outros prédios
Tanto Fábio quanto Willian, ressaltam a importância de ter cuidado com prédios que já estão construídos com tempo similares a este e que também tem marquises. Por isso, sugerem que outros edifícios localizados no centro de Ponta Grossa sejam inspecionados para evitar novos acidentes. No caso desta queda, os profissionais relatam que o ocorrido deve ser classificado como um ‘incidente’, sem nenhum acusado.
Inquérito irá apurar incidente
A Defesa Civil ainda investigará as causas do desabamento em laudo, mas a principal suspeita é de que o grande volume de precipitação tenha contribuído para o incidente. O trânsito no trecho entre as ruas Augusto Ribas e Coronel Dulcídio foi liberado desde o fim da manhã desta quinta-feira, mas a calçada continua bloqueada para evitar circulação de pessoas, que acontece pela faixa para estacionamento.