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Estudante abre processo após trote violento na UEPG

Forças de segurança de Ponta Grossa irão investigar acadêmicos do curso de Agronomia que promoveram o ato

O advogado Leandro Ferreira, responsável pela defesa da vítima, esteve na redação do Portal aRede nesta segunda-feira (15) para dar mais detalhes sobre o caso
O advogado Leandro Ferreira, responsável pela defesa da vítima, esteve na redação do Portal aRede nesta segunda-feira (15) para dar mais detalhes sobre o caso -

João Vitor Rezende

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Forças de segurança de Ponta Grossa irão investigar acadêmicos do curso de Agronomia que promoveram o ato

“Algo que esperava que fosse uma felicidade, acabou se tornando algo bem traumatizante, um terror”. É desta forma que um estudante do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) define um trote sofrido um julho de 2017, quando foi aprovado. O advogado Leandro Ferreira, responsável pela defesa da vítima, esteve na redação do Portal aRede nesta segunda-feira (15) para dar mais detalhes sobre o caso.

Ferreira explica alguns dos procedimentos que os alunos passaram no dia, entre eles, ingerir bebida alcoólica e cavar buracos para jogarem esterco e óleo nos calouros. Segundo Ferreira, os estudantes também foram forçados a chupar um órgão genital de borracha com creme de leite.

“A partir do momento em que estávamos cavando o buraco, apareceram algumas minhocas e nos fizeram comê-las. Em um primeiro momento eu me neguei a fazer isso, mas fui coagido e pressionado. Vieram mais alguns veteranos e me coagiram a comer“, conta o rapaz, que optou por não ser identificado.

Ferreira indica que os estudantes que participaram de forma direta ou indireta serão indiciados em processo criminal e civil. O advogado relata que alguns crimes como ameaça e injúria já prescreveram, mas os indivíduos serão indiciados por danos morais. O advogado declara que os estudantes não foram punidos pela Universidade sobre o caso. Cerca de 20 acadêmicos serão indiciados com provas, porém, mais de 40 teriam participado da ação.

O estudante que denunciou os abusos relatou que sofreu perseguições após tomar medidas judiciais sobre o caso. “A minha vida ficou em risco, fui isolado. Em todo o lugar que eu fosse tinha uma pressão muito grande. Em um certo momento, colocaram uma faca em meu corpo e tentaram tirar minha vida. Pensei em sair da universidade e até em me suicidar”, garante. O estudante que propôs a ação segue matriculado e mantém os estudos na instituição.

A Universidade Estadual de Ponta Grossa foi procurada para esclarecer o caso, mas não pôde responder por não ter expediente de funcionamento nesta segunda-feira (15).

Prática é proibida em Ponta Grossa

O trote é proibido pela instituição e também no município. A Resolução CA nº 23, de 23 de janeiro de 1996, dispõe sobre a proibição de “qualquer atividade de trote nas dependências da UEPG”. Desde maio de 2006, Ponta Grossa tem uma lei municipal que proíbe esta prática em qualquer instituição de ensino da cidade. Esta foi alterada em 2010, para incluir a permissão do ‘trote social’, que visa arrecadações solidárias e ações de voluntariado.

A lei ponta-grossense ainda prevê pagamento de multa no valor de 50 valores referências (VR), em caso de “manifestação estudantil que possa injuriar, colocar em risco ou constranger a integridade moral e física, a dignidade ou a imagem do estudante e/ou seus familiares”.

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