Período de forte estiagem aumenta o risco de queimadas
Indicadores apontam que número de incêndios vegetais crescem no segundo semestre
Publicado: 19/07/2018, 17:00
Indicadores apontam que número de incêndios vegetais crescem no segundo semestre
O início do segundo semestre é uma época que preocupa o Corpo de Bombeiros e demais órgãos de segurança e preservação ambiental pelo risco de queimadas. Com mais de duas semanas de estiagem em Ponta Grossa, a atenção é redobrada no período.
Em Ponta Grossa, 85 ocorrências de incêndio em vegetações foram registradas neste ano. Só em julho, foram 26 chamados atendidos por esta causa, número correspondente a 30% dos atendimentos em 2018.
Porém, os números de 2017 indicam que o período com o maior número de incidências ainda está por vir. Em agosto, foram registradas 65 queimadas e no mês seguinte o número foi ainda maior, com 96 registros.
O capitão do 2º Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa, André Lopes, confirma o alerta e relata que a demanda da corporação está se encaminhando para um período de pico. No momento, a média é de cinco atendimentos diários, podendo chegar de 10 a 15 em situações extremas.
Porém, nem todos estes atendimentos são feitos com a guarnição completa dos bombeiros. Lopes certifica que metade dos chamados são resolvidos rapidamente, com orientações e medidas circunstanciais feitas em conjunto com um processo de triagem. Se a extensão do foco e o risco de atingir outras residências for considerado pequeno, o grupamento tem o deslocamento restringido.
O capitão repassa algumas orientações para que este número de casos seja menor. Lopes destaca a limpeza e proteção de terrenos privados, como barracões e plantações, e também destaca a importância de comunicar a prefeitura sobre terrenos baldios.
Sem chuva
Segundo dados do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Ponta Grossa já está na região entre 18 e 21 dias sem registrar precipitações superiores a 5mm. Em outras áreas do Paraná, a seca é ainda maior. As regiões Norte e Noroeste, além de outras cidades no centro do estado e até municípios dos Campos Gerais como Telêmaco Borba, já estão há mais de 30 dias sem chuva.
A previsão do tempo indica chuva em Ponta Grossa apenas para a próxima semana. Na terça-feira (24), a expectativa é de 60% de probabilidade de chuva com 12 mm. Mesmo com esses dias sem chuva, o índice de déficit hídrico da região é baixo.
Consultados pela reportagem, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) salientou que tem processos regulares de medidas preventivas. No caso do Parque Estadual de Vila Velha, os funcionários são capacitados pelo próprio Corpo de Bombeiros e podem atender alguma emergência que venha a acontecer dentro da própria Unidade de Conservação.
Outros artifícios como a conscientização e educação ambiental com moradores e, principalmente, visitantes do parque quanto aos possíveis riscos também são utilizados. Além disso, existe um frequente intercâmbio de informações e contato direto entre servidores do IAP, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Ambiental para atualização de riscos e mitigação de qualquer dano que por ventura possa ocorrer.
Lei contra queimadas
Em dezembro de 2017, a Câmara Municipal de Ponta Grossa aprovou em segunda discussão um projeto para inibir as queimadas na cidade. A proposta de autoria da vereadora Professora Rose (PSB) prevê casos de punição em que a queimada for realizada por um particular ou pelo dono do imóvel com multa de 10 VRs (valores de referência), cerca de R$ 750,00 e, em caso de reincidência, a multa será dobrada. Nas situações em que a queimada for realizada em passeios públicos, terrenos baldios ou terrenos públicos a multa será 15 VRs, cerca de R$ 1,1 mil e em caso de reincidência também poderá ser dobrada.
Outros casos
Em algumas situações, outros órgãos podem alertar os Bombeiros sobre focos de incêndio. Entre eles concessionárias de trânsito, como a CCR Rodonorte. Além das estradas, existem as faixas de domínio, uma margem da rodovia que também está de responsabilidade da empresa e que pode mudar a cada trecho de acordo com algumas variáveis (como o fato de se tratar de uma área urbana ou rural, por exemplo).
Quando o incidente ocorre fora deste limite mas interfere no bom andamento do tráfego na rodovia, e o Corpo de Bombeiros ainda não foi acionado, a concessionária também pode acionar a brigada de incêndio local.