‘Vaquinha’ para campanha eleitoral divide deputados | aRede
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‘Vaquinha’ para campanha eleitoral divide deputados

Parlamentares da esfera estadual e federal expuseram aspectos diferentes sobre o mecanismo de arrecadação online que estreia em 2018

Reportagem ouviu todos os deputados estaduais e federais da cidade sobre o mecanismo que estreia em 2018
Reportagem ouviu todos os deputados estaduais e federais da cidade sobre o mecanismo que estreia em 2018 -

Afonso Verner

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Mais dez empresas foram autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a arrecadar, por meio do crowdfunding (uma espécie de vaquinha virtual), recursos para financiamento coletivo de campanhas eleitorais pela internet em 2018. A possibilidade de arrecadar valores a serem usados na campanha a partir de doações na internet divide os deputados estaduais e federais com base política em Ponta Grossa.

A reportagem do Jornal da Manhã e do portal aRede consultou os deputados estaduais Marcio Pauliki (SD), Plauto Miró (DEM) e Péricles de Mello (PT), além dos parlamentares Aliel Machado (PSB) e Sandro Alex (PSB) que atuam em Brasília. Virtuais candidatos à reeleição (todos já demonstraram vontade de disputar a eleição para algum cargo eletivo em outubro), as lideranças divergiram sobre a possibilidade de arrecadação.

Pauliki vê mecanismo com bons olhos

Marcio Pauliki (SD) foi eleito deputado estadual em 2014 e em 2018 quer disputar o cargo de deputado federal – em 2012 ele estreou na vida pública disputando o cargo de prefeito de Ponta Grossa. Pauliki vê “com bons olhos a vaquinha virtual”, o deputado argumenta que essa seria uma “grande ferramenta para democratizar o sistema eleitoral e, além disso, é uma ferramenta legalizada que possibilita maior participação e engajamento dos eleitores”, afirma.

Sobre o desempenho do mecanismo, Pauliki afirma esperar que a ‘vaquinha’ virtual “dê certo”.  “É uma forma de estimular a participação da sociedade no pleito”, conta o deputado estadual. Questionado sobre a melhor forma de financiamento eleitoral, Marcio defendeu um sistema misto. “Sou contra o autofinanciamento completo da campanha que beneficiaria alguns e prejudicaria outros, tirando a igualdade de condições na disputa eleitoral”, contou.

“Acredito que a melhor maneira seria permitir a doação de simpatizantes na campanha dentro de um limite estabelecido legalmente”, disse o parlamentar. “Ainda acredito que a sola de sapato e a saliva ainda são ferramentas mais eficientes dentro de uma campanha eleitoral”, destaca o deputado do Solidariedade.

Plauto é favorável ao autofinanciamento

Já Plauto Miró (DEM) cumpre o sétimo mandato como deputado estadual e em 2018 deverá buscar o aval das urnas para o oitavo mandato consecutivo na Assembleia Legislativa. Ao contrário de Pauliki, Plauto é favorável ao autofinanciamento das campanhas eleitorais em 2018. O parlamentar é também favorável a vaquinha online, mas ainda não decidiu se vai ou não utilizar o mecanismo.

Via assessoria de imprensa, o democrata destacou que o eleitor não está suficientemente preparado para esse tipo de ação. “Possivelmente, as campanhas majoritárias terão mais sucesso nessa primeira experiência. A arrecadação para a campanha deve ser feita por meio legais, em conformidade com a legislação eleitoral”, disse Plauto.

Péricles defende financiamento público

O petista Péricles de Mello (PT) é o único a defender o financiamento público entre os deputados estaduais. Sobre a vaquinha virtual, Péricles acredita que o mecanismo é “melhor que o financiamento de empresas”, mas ressalta que ele deverá beneficiar os candidatos e os eleitores com maiores rendas e, consequentemente, maiores condições de doar para as campanhas eleitorais.

Péricles destaca que ainda é cedo para saber se haverá adesão ao mecanismo regulamentado pelo TSE. “A forma mais correta seria o financiamento público das campanhas, com o Estado fazendo a mediação entre os desiguais, entre os candidatos mais pobres e aqueles mais ricos. Acredito que dessa forma haveria mais igualdade na disputa por cargos eletivos”, destaca o petista.

Deputados federais com base política em Ponta Grossa

Sandro acredita que não haverá adesão

Cumprindo o segundo mandato como deputado federal, Sandro Alex (PSD) duvida da eficiência do mecanismo de vaquinha online para financiamento de campanhas políticas. Virtual pré-candidato a reeleição para uma vaga em Brasília, Sandro acredita que “diante do quadro político seria ingenuidade” por parte dos políticos acreditar nesse tipo de doação. “Principalmente por parte daqueles políticos que tem que dar mais respostas à população do que cobrar participação financeira da comunidade”, disse.

O deputado do PSD lembra que o financiamento por parte do eleitor acontece em sociedades em que a ideologia partidária é mais intensa, como no caso dos EUA. “Eu defendo o financiamento feito por pessoa física, mas fomos vencidos durante o debate sobre a reforma política. O ideal mesmo é que a campanha fique mais barata em 2018”, apontou o deputado federal.

Aliel crê em criação de ‘elo político’

Eleito para o primeiro mandato como deputado federal em 2014, Aliel Machado teve o menor custo de campanha entre os eleitos para os cargos de deputado federal e estadual com base política em Ponta Grossa, com cerca de R$ 500 mil investidos. Para o parlamentar que deverá buscar a reeleição em outubro, a vaquinha online poderá criar um ‘elo político’ entre eleitores e candidatos.

“Aquele cidadão que doar R$ 5, por exemplo, vai se sentir muito mais próximo do projeto político e com muito mais direito de cobrar e fiscalizar aquele candidato. Acredito que esse é um elo político importante entre as pessoas e os candidatos”, contou Machado. Apesar disso, o deputado federal contou que a equipe ainda estuda se irá ou não utilizar o mecanismo de arrecadação em 2018.

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