Ensino Integral cresce para ampliar o desenvolvimento

Ponta Grossa, a grande cidade paranaense que mais cresce no Estado, em vários setores, se desponta também no seu interesse pela Educação. Os olhares da Prefeitura e da Secretaria Municipal se voltaram para as escolas municipais de tal maneira que a gestão local passou a ser uma referência em um antigo sonho de consumo dos educadores de todo o país: a Educação de Tempo Integral.

 O crescimento foi vertiginoso nos últimos cinco anos. De apenas 390 alunos do Ensino Fundamental atendidos nas escolas de tempo e currículo ampliados, em 2013, o número hoje é gigantesco. São mais de 10 mil estudantes, sem contar os outros nove mil pequenos que estão nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), de um total de 31 mil alunos do Município.

 A estratégia de ação educacional ponta-grossense coloca a cidade muito à frente nas metas nacionais para a Educação Integral. Enquanto o Plano Nacional de Educação prevê a modalidade em 50% das escolas para atendimento de 25% dos alunos em 2024, Ponta Grossa já atende mais de 60% de sua totalidade de alunos. Isso significa o dobro de tempo para o aprendizado.

Segundo o prefeito Marcelo Rangel, o desafio de implantar a Educação Integral envolve toda a equipe da SME, pais, alunos e comunidade, em um diálogo permanente pela melhoria da Educação. “Especialmente hoje, neste período de mudança, em que ainda há escolas de tempo parcial disponíveis, mas que não podemos mais abrir turmas de meio período naquelas que já se tornaram integrais”, observa. Ele destaca que essa nova realidade prepara a sociedade ponta-grossense para o desenvolvimento que está ocorrendo na cidade. E que, no futuro, demandará cidadãos e profissionais altamente qualificados.

O prefeito antevê que a dedicação aos estudos mais próxima de países desenvolvidos renderá frutos para as famílias, para as crianças e, principalmente, para a cidade de Ponta Grossa. “Teremos uma cidade que será exemplo para o Brasil. Os frutos serão colhidos para os próximos anos. A Educação parcial está em desuso em todos os países desenvolvidos, que já a aboliram há muitos anos. O que nós estamos fazendo é respirando o futuro. Estas crianças estarão extremamente preparadas, bem qualificadas e aptas a progredir no futuro e dar o retorno necessário para a nossa cidade”, relata o prefeito.

Preparando as crianças para os empregos do futuro

O secretário de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, Paulo Carbonare, aponta que os exemplos para Ponta Grossa estão não no Brasil, mas nos países mais desenvolvidos. “Em nossa recente visita à Coreia do Sul, onde as escolas em tempo integral são a totalidade, pudemos tirar como base a qualidade da mão de obra e o caráter das pessoas, por exemplo”, conta o secretário.

Ele aponta ainda que os dados sobre a Educação são incentivo à chegada de novos empregos, e que a qualificação local é um item essencial na planilha de qualquer grande industrial. “Quando se pensa em desenvolvimento, se pensa em qualificação e educação, que são a base de qualquer área de conhecimento. É de suma importância o investimento municipal em ensino integral e, sem dúvidas, Ponta Grossa tem atraído cada vez mais negócios com esta política educacional, que mostra o comprometimento da cidade com uma educação completa, multidisciplinar e de qualidade”.

Carbonare aponta outro detalhe interessante. Em uma reunião realizada sobre o PMAI, Programa Municipal de Atração de Investimentos no qual a Prefeitura está investindo, o empresário e diretor de Assuntos Econômicos da ACIPG, Cesar Tozetto, destacou que os investimentos municipais na educação em tempo integral já estão rendendo frutos e o aluno deve crescer pensando ‘fora da caixa’. “E isso se dá através da educação”, finaliza.

O que as crianças fazem na Escola de tempo ampliado

 A Escola Integral é bem diferente de contraturno escolar. Na primeira, o currículo é maior e há mais dedicação aos estudos e a atividades de formação do ser humano, o dia todo.

Nas escolas de tempo ampliado, os estudantes possuem atividades de estudo, lazer, alimentação, cultura, esportes e descanso. As aulas são bem diferentes do contraturno escolar ou contraturno social, que ficou muito conhecido no Brasil por causa inexistência da escola integral –, onde as crianças estudam em um turno e tem atividades sociais no outro. No modelo ponta-grossense, todas as atividades são intercaladas e interdisciplinares, buscando dinamizar o tempo e torná-lo mais prazeroso para as crianças.

Como as atividades ocorrem ao longo de todo o dia, são 06 horas de estudo em sala de aula e nos projetos educacionais na sala, escola, comunidade ou passeios, separados por intervalos de 30 minutos ou 1h30 para o almoço. Neste tempo, são realizadas também atividades culturais e esportivas, entre outras.

“Mães e pais podem ir até a escola e pedir para verificar com as diretoras e pedagogas o cronograma das atividades, seus intervalos e horários de trabalho, lazer, alimentação, entre outros. Todas as atividades são planejadas, portanto os pais podem saber com antecedência e acompanhar os trabalhos e o desenvolvimento das crianças, mantendo sempre contato com os professores e a equipe pedagógica das escolas”, incentiva a secretária Esméria Saveli.

Horário padrão das escolas integrais

As escolas integrais possuem 6 horas de aulas e 2h30 de recreio e descanso:

8h – início das aulas

9h30 – recreio

10h – segunda aula

11h30 – almoço

13h – terceira aula

14h30 – recreio

15h – quarta aula

* Pode ser adaptado conforme as características da escola

Quanto tempo as crianças ficam na escola pelo Mundo

França - 8 horas

EUA - 7 horas

Coreia do Sul - 8h

Chile - 8 horas

Brasil - 4h30

Ponta Grossa - 8h30 (no integral)

(6h de estudo e 2h30 de lazer, esporte, cultura e refeições)