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Setor rural reage a propaganda sobre uso de defensivos

Representantes de entidades do setor da agricultura questionaram propaganda que divulga dados sobre uso de agrotóxicos

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Afonso Verner

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Realizada nas principais cidades do Estado, uma campanha promovida pela Associação Paranaense das Empresas de Amianto, Ministério Público do Trabalho e Observatório do Agrotóxico tem causado críticas de representantes do setor rural em Ponta Grossa. A campanha incluí a afixação de outdoors que ‘denunciam’ o uso excesso de agrotóxicos: “Ponta Grossa e região em perigo”, diz a campanha publicitária.

Em PG, por exemplo, um outdoor com os dizeres está instalado na Balduíno Taques, no Centro da cidade. O outdoor afirma que “estamos consumindo mais de 4 mil toneladas de agrotóxico por ano”. Na visão de Rulian Bernardi Berger, diretor-presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos dos Campos Gerais (AEACG) com mais de 500 associados, a propaganda é “má intencionada” e “deturpa a realidade do campo”.

Rulian usa uma comparação a situação dos medicamentos vendidos nas farmácias: “Algumas pessoas entendem que esse medicamento é uma droga, outros entendem como um remédio necessário e que deve ser usado de forma correta”, afirma o agrônomo. Berger defende ainda que o uso de defensivos agrícolas (também conhecidos como agrotóxicos) é “controlado e supervisionado” por engenheiros agrônomos qualificados para isso.

O presidente da Associação destacou ainda o fato de que 1,5 milhão de hectares plantados, a quantidade de agrotóxico apontada na campanha seria “insignificante”. “O uso de defensivo é feito para combater pragas e fazer com que possamos produzir mais numa mesma área plantada. Com o aumento da população mundial isso é fundamental para manter o equilíbrio do planeta”, argumenta Rulian.

Outra liderança do agronegócio que se manifestou sobre o tema foi Gustavo Ribas Netto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa e ex-secretário de Agricultura. Na visão de Ribas Netto, a propaganda é “falaciosa” e desconsidera um aspecto importante do trabalho no campo. “Se o homem do campo não usasse defensivos agrícolas de forma sustentável e correta, hoje faltaria alimento na mesa da população”, expõe Ribas.

A legislação do setor e o controle feito sobre a produção também foram aspectos salientados por Rulian. “Temos uma das legislações mais rígidas do mundo, além disso os engenheiros agrônomos tem formação científica para ministrar o uso, respeitando o período de carência e comercializando apenas os alimentos que estão totalmente seguros para serem consumidos”, contou Berger.

Deputado quer proibir pulverização aérea

Outro tema que tem gerado ampla polêmica no campo do agronegócio é a possível proibição de pulverização aérea no Paraná – a proposta foi exposta em um projeto de lei de autoria do deputado estadual Tadeu Veneri (PT). A medida proíbe a pulverização aérea de defensivos agrícolas nas plantações do Paraná, a partir de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrando que menos de 1% das plantas são efetivamente atingidas pela pulverização e que o alcance do defensivo pode chegar a até 32 quilômetros de distância do alvo original. Nas redes sociais, Gustavo Ribas Neto ironizou a proposta. “O que falar desse projeto? Segundo o deputado apenas 1% do produto aplicado chega ao alvo e ele pode chegar a 32 km do local de aplicação. Você acredita nisso?”, questionou.

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