Autofinanciamento de campanhas divide lideranças | aRede
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Autofinanciamento de campanhas divide lideranças

Deputados estaduais e federais foram procurados para falar sobre o tema. Resolução prevê autofinanciamento para outubro

Entre as lideranças consultadas, Plauto Miró (a esquerda) foi o único a defender o autofinanciamento
Entre as lideranças consultadas, Plauto Miró (a esquerda) foi o único a defender o autofinanciamento -

Afonso Verner

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou uma resoluçãona qual definiu que um candidato poderá financiar toda sua campanha nas eleições deste ano com recursos próprios. A Resolução 23.553 foi aprovada em dezembro pelo plenário do TSE e publicada no último dia 2 no “Diário da Justiça Eletrônico”. A medida ganhou divulgação nacional nesta terça-feira (13) e dividiu as lideranças políticas em Ponta Grossa.

A reportagem do Jornal da Manhã e do portal aRede entrou em contato com os deputados federais e estaduais da cidade para que eles comentassem o tema – apenas o deputado estadual Péricles de Mello (PT) não foi encontrado. A íntegra da resolução permite que os candidatos financiem até 100% das campanhas – para quem for candidato a deputado federal o limite é de R$ 2,5 milhões, já aos postulantes a uma cadeira no Legislativo Estadual o limite é de R$ 1 milhão.

O deputado estadual Plauto Miró (DEM) foi o único a defender a forma de financiamento. Via assessoria de imprensa, o parlamentar afirmou considerar que essa “será uma forma justa de promover o processo democrático que é a eleição”. “Afinal, para as campanhas a deputado estadual praticamente não haverá recursos públicos disponíveis. O Fundo Partidário, por exemplo, ficara restrito para as candidaturas de presidente e governadores. Para o Legislativo a prioridade serão as candidaturas à Câmara Federal e ao Senado. Não sobrará dinheiro para os candidatos estaduais”, contou Plauto.

O parlamentar destacou ainda que as legendas buscarão garantir o aumento da bancada federal. “Os partidos querem garantir o aumento de suas bancadas em Brasília. E isso é fácil de entender, pois, quanto mais representantes a legenda conquistar, maior será a cota do Fundo. Deputados estaduais não entram nessa contabilidade”, contou Plauto que é 1º Secretário da Assembleia Legislativa do Paraná.

Já Marcio Pauliki (PDT), companheiro de Plauto na Alep, é contra a proposta de autofinanciamento total. “Nem fundo partidário que privilegia os políticos profissionais, nem financiamento próprio que apenas privilegia os mais ricos e muito muito menos doações de empresas que privilegiam os corruptos”, disse o pedetista. “Sou a favor de doações de simpatizantes da candidatura por meio de pessoa física limitada a 10 salários mínimos”, disse o parlamentar.

“Isso torna o pleito injusto”, diz Sandro Alex

Cumprindo o segundo mandato na Câmara dos Deputados, Sandro Alex (PSD) se manifestou contra o autofinanciamento de campanha. Na visão do parlamentar, a proposta é uma “afronta” e ainda tornaria o pleito injusto. “Quanto mais rica, mais condições aquela pessoa terá de se eleger”, disse o parlamentar. Sandro já havia votado contra a possibilidade durante as discussões da minirreforma eleitoral na Câmara, além de ter votado pela derrubada do veto do presidente Michel Temer (PMDB). “Nós trabalhamos para coibir o abuso econômico durante as disputas por cargos públicos, essa proposta prejudica os poucos avanços garantidos no debate feito na Câmara”, disparou Sandro sobre a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Há interesse corporativista”, diz Aliel

Deputado federal no primeiro mandato, Aliel Machado (REDE) também teceu duras críticas à possibilidade de autofinanciamento. “Gasta-se tanto porque existem interesses corporativistas”, relatou o parlamentar. Na visão de Machado, a disputa política deve ser feita pela militância e não pelo interesse do capital econômico. “Ninguém vai gastar milhões do próprio bolso se não for para defender interesses próprios na política ou mesmo de terceiros. É preciso ter consciência disso”, contou o parlamentar. O parlamentar afirmou ainda crer que a resolução seja revista no âmbito do próprio Judiciário. “Acredito que o próprio TSE possa rever esse medida que é doloso à nossa democracia”, afirmou o deputado federal. 

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