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Historiador conta sobre a origem de Ponta Grossa

Completando neste dia 15 de setembro seus 194 anos, Ponta Grossa tem sua história contada em duas vertentes, uma voltada para um conceito mais mítico e outro baseado na história oficial

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Da Redação

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Completando neste dia 15 de setembro seus 194 anos, Ponta Grossa tem sua história contada em duas vertentes, uma voltada para um conceito mais mítico e outro baseado na história oficial. Quem conta essas duas versões é o professor doutor da Universidade Estadual de Ponta Grossa e diretor do Museu dos Campos Gerais Paulo Eduardo Dias de Mello.

Segundo Paulo, a história da cidade começa em 1823 quando foi elevada à categoria de freguesia. Nesse período o Brasil vivia a emancipação política do país, pois havia se passado apenas um ano da Independência.

Na versão oficial, Ponta Grossa surgiu por conta de ser um dos principais pontos de passagens de tropeiros que subiam ou desciam do sul do Brasil para a Feira de Muares de Sorocaba, onde faziam negócios e se faturavam alto com a venda dos animais e produtos diversos. Eles passavam na região de Ponta Grossa para se recuperar das longas viagens, o que já acontecia desde 1703 e que se manteve, principalmente com a venda do charque, pelas estradas princesinas. “O tropeirismo como um fenômeno se desenvolve ao longo do século XIII e se estende praticamente até o século XX”, explica Paulo.

Os tropeiros buscavam os caminhos naturais mais propícios para o comércio levado no lombo de animais e Ponta Grossa tinha essa característica, inclusive com várias rotas para o interior do país. Por conta disso, passar pela região rumo à Sorocaba ou ao Sul era bastante comum. “Essas condições geográficas favoreceram a posição da cidade”, comenta Paulo. Depois do tropeirismo a cidade seria mais uma vez beneficiada pela geografia, desta vez pelas ferrovias, o que já é outra história.

Indígenas

No momento histórico da fundação da cidade, índios não habitavam o território, o que não significa que eles nunca tenham estado pelos lados de Ponta Grossa. Os antepassados distantes dos povos indígenas da região deixaram marcas em pinturas rupestres e nas escarpas dos Campos Gerais, porém não havia aldeamentos no território da atual cidade.

Os grupos mais ao norte dos Campos Gerais foram aldeados em uma tentativa de apaziguar os conflitos entre indígenas e os invasores europeus, afinal os índios não aceitaram pacificamente a ocupação de seus antigos territórios. “Ao longo do século XIX a gente não tem mais essa presença aqui porque isso foi desmantelado e o que a gente tem é algumas aldeias em regiões como Reserva e outras regiões dos Campos Gerais, que é de onde alguns grupos da região vêm para cá hoje em dia”, conta o historiador, ressaltando que o processo de ocupação do Paraná foi muito violento contra os indígenas e que a sociedade da época os enxergava como inferiores, sem cultura e sem moral.

A versão das pombas

Fazendeiros da região queriam construir uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana, que serviria como marco da sede da Freguesia, da futura cidade. Para decidir o local, soltaram pombos para que voassem e indicassem sob inspiração divina onde deveria ser erigida a Casa Santa. As aves voaram e pousaram em uma árvore na colina onde hoje está a Catedral de Ponta Grossa. “A lenda é mais interessante do que essa história real. (...) Temos duas vertentes históricas que se combinam e que fazem parte da história e do imaginário da cidade”, afirmou Paulo.

O Jornal da Manhã preparou uma entrevista especial com o historiador Paulo Eduardo onde ele dá mais detalhes sobre a fundação de Ponta Grossa. 

Por Ana Carolina Lima, Emerson Luiz e Danilo Wierdemann

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