Moradores vivem rotina de tráfico e prostituição | aRede
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Moradores vivem rotina de tráfico e prostituição

Além do comércio de drogas e da convivência diária com profissionais do sexo, moradores do entorno do Cemitério São José também lidam todos os dias com casos de furtos, roubos e danos ao patrimônio particular

Foto cedida por moradores da região
Foto cedida por moradores da região -

Além do comércio de drogas e da convivência diária com prostitutas e travestis, moradores do entorno do Cemitério São José também lidam todos os dias com casos de furtos, roubos e danos ao patrimônio particular

O medo e a insegurança se tornaram comuns no cotidiano do brasileiro, acostumado aos casos de violência e à ocorrência de inúmeros crimes que já se tornaram rotina em praticamente todas as cidades. Mas para os moradores do entorno do cemitério São José, o cenário é ainda mais delicado. Eles precisam conviver diariamente com o tráfico de drogas, prostituição, ameaças e outras situações constrangedoras – tudo acontece há pelo menos 30 anos.

O empresário José Salomão Messias tem um comércio na região e é o presidente da recém-criada Associação de Moradores da Vila Ezilda, que irá representar os moradores daquela região nas lutas por melhores condições de segurança. Ele garante que todos os órgãos que poderiam resolver a situação já foram procurados, mas as soluções nunca foram efetivas. “Já fomos atrás da Polícia Militar, Prefeitura, Ministério Público, mas o problema nunca é resolvido”, protesta.

Para Messias, o problema é a falta de interesse em acabar de vez com a criminalidade naquela região. “Não dói no calo deles, por isso as coisas não são efetivadas. Porque eles sabem que todo dia tem venda de drogas ali, uso de menores para os crimes, é um absurdo”, lamenta. As prostitutas e travestis também são consideradas problemas para quem mora na região e precisa conviver constantemente com a falta de pudor. “Elas não estão nem aí, se a gente pedir pra sair da frente da nossa casa, aí é que elas gostam de fazer as coisas mesmo. Têm a região inteira para circular, mas ficam na frente da casa de quem reclama”, explica Messias.

Um hotel que fica na região e era usado constantemente para os programas chegou a ser fechado pela Prefeitura mas, segundo explica o empresário, foi reaberto recentemente e voltou a ter alta rotatividade. “O pior de tudo é que vemos carros de luxo, gente que aparenta ser de alto padrão, vindo aqui no meio da rua, no meio das drogas, não dá pra entender”, completa.

“O que as autoridades tinham que fazer é atacas os clientes que andam aqui, com abordagens. Cansamos de ver carros com travestis ou prostitutas dentro, parados nas ruas, e as viaturas param e não fazem nada”, desabafa um morador que pediu para não ser identificado com medo de represálias. “Você anda pelas ruas, estão cheias de camisinhas usadas, jogadas num canto, um horror”, completa.

Como se o constrangimento e o medo não fossem suficientes, outros problemas começaram a surgir com o aumento do fluxo de pessoas nas proximidades. “Assaltos, pequenos furtos, estão quebrando as câmeras de segurança dos imóveis. Não passa uma noite sem que alguém não seja abordado e assaltado aqui, ninguém mais sai de casa depois que escurece”, desabafa o morador.

Moradores formam associação

O empresário José Salomão Messias, proprietário de um estabelecimento comercial naquela região, formaram uma associação de moradores para tentar resolver o problema. Eles já até formaram a mesa diretora da entidade – Messias é o presidente – e agora aguardam os trâmites burocráticos para poder tomar providências. “Assim que tivermos o CNPJ e toda a documentação necessária, vamos entrar com ação por danos morais contra os responsáveis pelo hotel, porque só assim, se doer no bolso, achamos que poderá ter resultado”, explica. “Nem as imobiliárias conseguem alugar e vender os imóveis aqui, porque não tem condição, quem passa aqui uma vez e vê a situação da rua não quer saber de morar aqui”, completa.

Forças de segurança monitoram criminalidade

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Cidadania e Segurança Pública (SMCSP) informou tem mantido contato frequente com os moradores da região e que realiza rondas ostensivas diárias. O órgão municipal também informou trabalhar em conjunto com a Polícia Militar realizando o “levantamento de informações dos frequentadores do local, usuários de drogas, e da clientela dos serviços de prostituição. Vale lembrar que o tráfico de drogas caminha paralelo à prostituição, o que acaba dificultando ainda mais os trabalhos dos agentes da Guarda Municipal”.

Ainda segundo a assessoria, “uma das ações desenvolvidas pela Secretaria no sentido de mediar os conflitos, foi a realização de reuniões com os moradores, prostitutas e travestis, buscando uma solução para a situação”. Além disso, a SMCSP também solicitou à Afepon que melhorasse a iluminação nesses locais para facilitar as ações de policiamento e aumentar a segurança dos cidadãos. “Inclusive, na última sexta-feira, a Guarda Municipal realizou uma ação com grande parte do efetivo da Romu para coibir ações criminosas na região”, completa a assessoria.

De acordo com o órgão de segurança, as diversas variáveis no processo de combate a essa situação dificultam ações que possam resolver o problema. “Além do patrulhamento ostensivo e mediação de conflitos, deve haver um trabalho constante e plural de conscientização da população, combate ao tráfico de drogas e implementação outras ações que afastem os cidadãos dos entorpecentes e da prostituição”, destaca.

O comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar, capitão Fábio Canteri, lembra que a PM também realiza patrulhamentos pela região, mas não pode permanecer no local o tempo todo. “Obviamente que a presença da PM ou de um órgão policial vai inibir a prática da prostituição naquele local. O que ocorre é que nossa presença ininterrupta é totalmente inviável porque nós temos diversos afazeres, temos demandas que a sociedade nos traz, por conta disso a passagem por ali é momentânea”, explica.

A prostituição por si só não constitui crime, mas sim a exploração da prostituição. “Aquela pessoa que agencia a outra que se prostitui incorre em crime. Não havendo ilícito por elas praticado, não há o que a Polícia Militar fazer”, completa o capitão. Mesmo assim, caso os moradores da região flagrem situações como tráfico de drogas, atentado ao pudor ou perturbação do sossego, podem entrar em contato com a Polícia Militar pelo 190 ou pelo 153 e 0800 643 2626, com a Guarda Municipal. O sistema Narcodenúncia, pelo telefone 181, também pode ser usado para denúncias.

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