MP denuncia suspeitos por assalto a estudante

O Ministério Público (MP) apresentou denúncia contra dois menores de idade por envolvimento no assalto ao estudante peruano Eric Navarro. O caso foi registrado na quarta-feira (24) da semana passada no campus de Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A representação foi oferecida na última sexta-feira (26). A ação aguarda análise da juíza da Vara da Infância e Juventude de Ponta Grossa, Noeli Tavares Reback.

Os suspeitos têm 16 e 17 anos de idade e já estão apreendidos no Centro de Socioeducação (Cense) desde a noite do crime. O acadêmico foi baleado no tórax ao reagir a abordagem. Ele estava em um ponto de ônibus próximo ao bloco de Educação Física. Navarro saia de uma aula de natação. O pedido é para internação provisória dos adolescentes – os menores teriam participação em outros assaltos no mesmo local.

A promotora de Justiça, Vanessa Harmuch, afirma existirem indícios suficientes para a representação. O internamento provisório dura 45 dias. "Ao final desse prazo é estabelecida uma sentença absolvendo ou condenando os envolvidos. Se condenados e, considerando a aplicação mais drástica do Estatuto, a medida socioeducativa pode durar até três anos”, explica. Vanessa diz que os suspeitos foram ouvidos, mas pelo processo correr em segredo de Justiça, não pode repassar os detalhes.

Procurado, o delegado da Seção de Furtos e Roubos da 13ª Subdivisão Policial (SDP), Fernando Jasinski, revelou apenas que segue investigando o caso e que já foi identificado o envolvimento dos adolescentes em outros roubos no campus de Uvaranas. Em relação ao acadêmico peruano, Jasinski ressaltou que a vítima ainda precisa ser ouvida. “Isso só acontecerá quando ele tiver plenas condições”, destacou.

De acordo com a direção do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU), Navarro vem evoluindo bem ao tratamento e pode receber alta nesta semana.

Insegurança ainda é grande

Mesmo com o anúncio na última sexta-feira (26) de uma força-tarefa encabeçada pela Polícia Militar (PM) para combater a violência dentro do campus de Uvaranas, muitos estudantes ainda revelam sentir medo ao circularem pelo local. “Está difícil. Quando não andamos em grupos, o medo é grande. Esperar o ônibus no ponto é outro problema. A apreensão é enorme entre os estudantes”, revelou uma estudante que preferiu não se identificar.