Greve Geral terá sequência de atos em Ponta Grossa | aRede
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Greve Geral terá sequência de atos em Ponta Grossa

Mobilização é contra as terceirizações e as propostas de reformas previdenciária e trabalhista em andamento pelo país

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| Autor:

Daniel Petroski

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Ponta Grossa não passará ao largo da mobilização nacional desta sexta-feira (28) contra as terceirizações e as propostas de reformas previdenciária e trabalhista – essa última avançou ao Senado após ser aprovada pelos deputados federais na madrugada de quinta-feira (27). Bases sindicais locais agendaram atos públicos para marcar a data.

Logo pela manhã, o sindicato que representa motoristas, cobradores e funcionários de empresas de transporte coletivo, o Sintropas, garante que os veículos não irão circular pelas próximas 24 horas. A adesão, segundo o presidente Luiz Alberto de Oliveira, foi definida em assembleia geral da categoria. “Os ônibus de todas as empresas de transporte público não irão circular”, reforçou. Procurada pela equipe de reportagem, a Viação Campos Gerais (VCG) afirmou em nota que fez uma solicitação formal ao Sintropas para que, em cumprimento da Lei de Greve, garanta ao menos o atendimento mínimo do serviço essencial à população, ou seja, o sistema operando com 30% da frota. A concentração da categoria será às 5 horas, em frente à garagem da VCG em Oficinas.

Ainda nas primeiras horas do dia, um ato unificado deve reunir outras centrais sindicais e movimentos sociais, incluindo a Sessão Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg). O início será às 9 horas, na Praça Barão de Guaraúna, no começo da Avenida Vicente Machado. “Será um momento de reflexão sobre os direitos que estão sendo retirados dos trabalhadores”, disse José Luiz Teixeira, presidente do Sindicato dos Professores e demais empregados das instituições de ensino particulares e universidades de Ponta Grossa (SINPUPP). Os sindicatos de trabalhadores rurais também pretendem aderir ao movimento. Mesmo sem repassar detalhes das ações, o bloqueio da PR-151, próximo ao município de São João do Triunfo, não está descartado.

A Polícia Civil, sensível a causa, anunciou que cruzará os braços durante todo o dia. Um gesto simbólico será realizado em frente a 13ª Subdivisão Policial (SDP) às 10 horas. Após isso, apenas os casos que envolvam flagrantes serão atendidos. Defendendo a legitimidade do movimento, o Tribunal de Justiça do Paraná, por meio do decreto assinado pelo desembargador Renato Braga Bettega, e o Ministério Público (MP) estarão com o expediente suspenso. Situação semelhante será colocada em prática no Fórum de Ponta Grossa. A portaria é assinada pela juíza Noeli Salete Tavares Reback.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Ponta Grossa e região, Gilberto Leite, confirmou que cinco agências da área central da cidade vão aderir à greve geral - elas representam uma de cada bandeira em atuação no município. Apesar da decisão, as unidades não ficarão fechadas. “Haverá um retardamento de uma hora na abertura das agências”, explicou. Participam da mobilização unidades do Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco e Santander.

Na contramão da paralisação, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe) se posicionou contrariamente ao movimento, reforçando que não autoriza e nem apoia qualquer ato. A justificativa dada foi de que a categoria é favorável ao debate e as reformas que colaborem para o desenvolvimento no país. Na mesma linha, a Prefeitura de Ponta Grossa disse em nota que “os atendimentos municipais serão prestados normalmente nesta data”.

Por fim, o chefe da Casa Civil Valdir Rossoni afirmou que a determinação do Governo do Estado é para que haja expediente normal em todas as repartições públicas e empresas do Estado, inclusive com a manutenção do horário de aulas em todas as escolas da rede estadual. Rossoni alertou que os funcionários públicos que faltarem ao trabalho terão o dia descontado da folha de pagamento, conforme determinou o Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro do ano passado.

Fiep se diz contrária a mobilização

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) se manifestou contrária à greve geral. Em nota, a entidade repudiou a mobilização justificando que em um momento de profunda crise, o setor produtivo brasileiro será afetado por uma paralisação de serviços que comprometerá as atividades das empresas, causando ainda mais prejuízos a toda a sociedade. Aproveitando a ocasião, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, considerou que a aprovação da reforma trabalhista pelo plenário da Câmara dos Deputados é um marco histórico para as relações de trabalho no Brasil. Essa opinião foi compartilhada pelo presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Douglas Taques Fonseca. Nas palavras dele, a aprovação da lei será um divisor de águas.

Policiamento será reforçado durante toda a sexta-feira

O policiamento ostensivo realizado pela Polícia Militar será reforçado nesta sexta-feira (28), em virtude das manifestações. Uma operação desencadeada pelo 1º Batalhão (BPM) atuará nas áreas de concentração e manifestação popular de Ponta Grossa e região. Além de assegurar direitos aos manifestantes, possibilitando o livre exercício da cidadania, a PM irá garantir também o direito ao trabalho daqueles que optarem por não aderir ao movimento.

Discussão do tema

A reforma da previdência continuará a ser debatida em Ponta Grossa na próxima semana. A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Lobato Gentil, ministrará palestra sobre o tema na quarta-feira (03). Com o título “Reforma da previdência e modelo atuarial: a demolição dos direitos sociais”, o evento vem sendo organizado pelos programas de pós-graduação da UEPG em Ciências Sociais Aplicadas, Educação, Estudos da Linguagem, História e Jornalismo. A palestra está marcada para às 19 horas, no Grande Auditório do Campus Central.

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